Memórias
Devo ter combinado tirar fotografias às minhas turmas do 7º ano na tarde de 27
de Março, uma 3ª feira, a poucos dias do final do 2º período.
Cada turma escolheu o lugar da Escola que mais lhe agradou para ser
fotografada, e o mesmo fizeram alguns grupos que pretenderam fotografias
adicionais.
Não me recordo por que associeí a cada uma das turmas um «nome forte» no verso
da respectiva fotografia, mas decerto teve a ver com uma característica
evidente da sua dinâmica colectiva:
O MAGNÍFICO 7º F:
E ainda o Armando, o Luís, o Ezequiel, o Raúl e o Rui:
O ULTRADINÂMICO 7º H:
Onde estavam o João, o Vítor, o Paulo, o Zé Carlos, o Ricardo e o Pedro:
Comentários
Ver velhas fotografias é agradável para quem esteve nelas implicado, ou como
fotógrafo, ou como fotografado, ou até como mirone.
Mas, para todos os outros, ver velhas fotografias pode limitar-se a uma
curiosidade, a um enigma, ou, até, a um engano.
Tomando como exemplo as fotografias que relembrei acima: para mim que as tirei,
voltar a ver estes breves momentos destas turmas e dos seus grupos, tanto traz lembranças,
como traz interrogações.
Em primeiro lugar, as lembranças. Há nas poses instantâneas destas alunas e
destes alunos uma mistura de «individualidade» e de «colectivo», que me recorda
cada um(a) era e o estilo da sua turma ou do seu grupinho. Mas também há, como
contexto, «o dia» em que todos estávamos, com o Sol, com a proximidade das
férias da Páscoa e, claro, com «um sítio» da escola (um dos espaços abertos e dos
recantos que esta malta já explorara nesta sua «outra casa»).
Depois, as interrogações. Como estaria a ser «este ano lectivo» para cada uma
destas moças e para cada um destes moços? Como se acumularia isso com a memória
das sucessivas «escolas por onde já tinham passado», sentir-se-iam a «crescer» ou
a «minguar» como pessoas? Como iria ser o seu futuro, nesta «escola» e na sua «vida»?
E ainda posso acrescentar uma outra interrogação, mais perturbante, por se
referir a «ausências»: que teria entretanto acontecido aos que já não podiam
estar nestas fotografias, por terem abandonado a escola durante os meses
anteriores?
Tenho de olhar assim para estas fotografias, se não me quero limitar a repetir
(e mal) o que já passou. Mas, até que ponto é possível voltar a olhar para
estas e outras imagens do passado de modo a que elas me tragam (e a quem mais
as olhar) algo mais do que o momento e a circunstância em que foram tiradas?
Fontes: Pedro Esteves / Álbum de
fotografias analógicas ESJA Dois (F31, F32, F34, F35, F36 e F36A)
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