[036] A Escola Secundária Nº 1 do Seixal em 1989-90: Maio

Memórias

O 3º período lectivo decorreu de 23 de Abril a 22 de Junho.

No Conselho Pedagógico soube-se que o Estatuto da Carreira Docente acabara de ser publicado no «Diário da República», e que entraria em vigor no dia 1 de Junho.
Nele se estipulava que os professores apenas com turmas dos Complementares (actual Secundário) teriam 20 horas lectivas semanais; e que os professores apenas com turmas do Básico teriam 22 horas lectivas semanais.
Soube-se também que o Conselho Directivo propusera o General Humberto Delgado como futuro patrono da Escola; muitos dos membros do Conselho Pedagógico opuseram-se a este nome e, até, à mudança de nome.
O Orçamento (desta vez para 1990-91) voltou a ser fortemente questionado (pelos seus montantes, pelos destinatários, pela metodologia); foram criadas «duas comissões», que trabalhariam estes assuntos durante o Verão (ou seja, longe da vista de quem estava insatisfeito).

Com data de Maio de 1990, mas provavelmente já em Junho, saiu o Nº 26 do jornal Nova Maré.

Nos dias 26 e 27 de Maio disputou-se nesta Escola o 1º Torneio de Xadrez Interescolas do Seixal.
Local: a Sala de Dinamização Cultural (Pavilhão D).
Na seguinte fotografia estão os responsáveis pela organização. Da esquerda para a direita, o Pedro Esteves (professor na Escola Secundária Nº 1 do Seixal), o António Toscano (jogador no Centro de Acção Social de Miratejo, ou CASM), o Francisco Caetano (professor na Escola Preparatória Nº 1 do Vale da Romeira, actual Escola Básica 2+3 António Augusto Louro) e o Henrique Cardoso (jogador e animador no Clube das Cavaquinhas):



O Torneio foi disputado no chamado «sistema suíço», em 7 sessões, com todos os participantes juntos, sem distinção de género, mas reconhecendo na classificação final as diferenças de idade.
Vencedora absoluta (e melhor Juvenil): Maria João Neves (Escola Secundária da Amora).
Melhor Júnior: Luís Almeida (Escola Secundária Nº 1 do Seixal).
Campeão Infantil: Pedro Martins (Escola Primária Nº 1 de Miratejo).
Melhor Escola Secundária: Nº 1 do Seixal.
Melhor Escola Preparatória: Nº 1 de Vale da Romeira.

Eis os primeiros 25 classificados, entre 48 participantes:


E eis a classificação das escolas:


Uma imagem da sala de Dinamização Cultural durante o Torneio (vista de Norte para Sul):


A equipa da Escola Secundária Nº 1 do Seixal:

Da esquerda para a direita:
Atrás, o Bruno Machado, o Sandro Matos, o Pedro Oliveira, o Rui Pinela, o Pedro Martins, o Nuno Palhinhas, o José Carlos Lopes, o Rui Neves, o Mário Barros, o Gil Ramalho e a Carla Sousa
À frente, o Alcino Romão e o Luís Almeida


A equipa da Escola Preparatória de Corroios (hoje Escola Básica de Corroios):


A equipa da Escola Secundária da Amora:

À esquerda, a Maria João Neves
E à direita o professor Emílio Quaresma, que seria co-organizador dos próximos Inter-escolas


E os participantes, por idades (Infantis / Juvenis / Juniores):




Comentários

Esta iniciativa pressupunha que os participantes tivessem convivido e jogado, ao longo do ano, nas suas escolas. Este seria um novo momento para tal, mas alargado a outras escolas.

Para os organizadores, exigia-se uma experiência prévia. Pelo menos três deles tinham-na, por estarem envolvidos em clubes federados; e dois deles eram animadores desportivos.

Houve uma tentativa, a partir do CASM, de envolver o concelho de Almada nesta iniciativa, com o apoio do respectivo animador municipal, mas a tentativa falhou.

A escolha do Xadrez justificava-se pelas mesmas razões que as de qualquer outra modalidade (os benefícios individuais e colectivos da sua prática: o Desporto Escolar também o adoptara entre as modalidades que apoiava). Mas, diferentemente das modalidades mais «físicas», o Xadrez visava desenvolver a «concentração, a «raciocínio lógico» (próximo da «demonstração»), etc..
Nesta primeira concretização dos «interescolas» não estava ainda tão claro o que estaria nos seguintes: procurava-se beneficiar «todos» e não apenas «futuros campeões».

Este foi o primeiro de 13 anos consecutivos em que algumas escolas organizaram iniciativas interescolass no concelho do Seixal (a partir de 1990-91 também seria envolvido o concelho de Almada), com diversos apoios exteriores (municípios; associações).
Essas iniciativas ocorreram em mais de uma dezena de escolas (por diversas vezes na Escola Secundária do Seixal / José Afonso), sendo umas destinadas a alunos (Jogos de Reflexão; Matemática e Realidade; projectos curriculares; projectos extracurriculares) e outras a professores (Encontros Regionais; acções de formação; Boletim Informativo).
Ficam para já no ar seguintes questões:
Terão as escolas vantagem na existência de iniciativas interescolas?
A existirem, em que se distinguirão as que dependem principalmente das próprias escolas e as que dependem sobretudo do Ministério da Educação, das Câmaras Municipais e de outras instituições?
Haverá uma boa solução de compromisso entre estes diversos parceiros para este tipo de iniciativas?

A primeira das anteriores questões (terão as escolas vantagem em haver iniciativas interescolas?) levanta, aliás, uma outra: sendo as escolas «sistemas abertos» (porque os alunos, os professores e os funcionários de cada uma estão em contacto com outras gentes e vão sendo substituídos por novas gerações de alunos, de professores e de funcionários; e também porque o Ministério da Educação, e recentemente muitas outras instituições, determinam muito do que se faz e do que se pode fazer nas escolas), justificar-se-á que se isolem para competir com as outras, em vez de procurarem cooperat visando conseguir vantagens para todas?

Fontes: Pedro Esteves / Arquivador analógico ESJA Dois (Doc.s 62, 68 e 104) / Álbum de fotografias analógicas ESJA Dois (F3, F5, F6, F7, F8, F9 e F10)

Sem comentários:

Enviar um comentário