Memórias
O 3º período lectivo
decorreu de 23 de Abril a 22 de Junho.
No Conselho
Pedagógico soube-se que o Estatuto da Carreira Docente acabara de ser
publicado no «Diário da República», e que entraria em vigor no dia 1 de Junho.
Nele se estipulava que os professores apenas com turmas dos Complementares
(actual Secundário) teriam 20 horas lectivas semanais; e que os professores
apenas com turmas do Básico teriam 22 horas lectivas semanais.
Soube-se também que o Conselho Directivo propusera o General Humberto Delgado
como futuro patrono da Escola; muitos dos membros do Conselho Pedagógico
opuseram-se a este nome e, até, à mudança de nome.
O Orçamento (desta vez para 1990-91) voltou a ser fortemente questionado (pelos
seus montantes, pelos destinatários, pela metodologia); foram criadas «duas
comissões», que trabalhariam estes assuntos durante o Verão (ou seja, longe da
vista de quem estava insatisfeito).
Com data de Maio de 1990, mas provavelmente já em Junho, saiu o Nº 26 do jornal
Nova Maré.
Nos dias 26 e 27 de Maio disputou-se nesta Escola o 1º Torneio de Xadrez Interescolas do Seixal.
Local: a Sala de Dinamização Cultural (Pavilhão D).
Na seguinte fotografia estão os responsáveis pela organização. Da esquerda para
a direita, o Pedro
Esteves (professor na Escola Secundária Nº 1 do Seixal), o António Toscano
(jogador no Centro de Acção Social de Miratejo, ou CASM), o Francisco
Caetano (professor na Escola Preparatória Nº 1 do Vale da Romeira,
actual Escola Básica 2+3 António Augusto Louro) e o Henrique Cardoso (jogador e
animador no Clube das Cavaquinhas):
O Torneio foi disputado no chamado «sistema suíço», em 7 sessões, com todos os participantes juntos, sem distinção de género, mas reconhecendo na classificação final as diferenças de idade.
Vencedora absoluta (e melhor Juvenil): Maria João Neves (Escola Secundária da Amora).
Melhor Júnior: Luís Almeida (Escola Secundária Nº 1 do Seixal).
Campeão Infantil: Pedro Martins (Escola Primária Nº 1 de Miratejo).
Melhor Escola Secundária: Nº 1 do Seixal.
Melhor Escola Preparatória: Nº 1 de Vale da Romeira.
Eis os primeiros 25 classificados, entre 48 participantes:
Uma imagem da sala de Dinamização Cultural durante o Torneio (vista de Norte para Sul):
A equipa da Escola Secundária Nº 1 do Seixal:
A equipa da Escola Preparatória de Corroios (hoje Escola Básica de Corroios):
A equipa da Escola Secundária da Amora:
À esquerda, a Maria João Neves |
E os participantes, por idades (Infantis / Juvenis / Juniores):
Comentários
Esta iniciativa pressupunha que os participantes tivessem convivido e jogado,
ao longo do ano, nas suas escolas. Este seria um novo momento para tal, mas
alargado a outras escolas.
Para os organizadores, exigia-se uma experiência prévia. Pelo menos três deles
tinham-na, por estarem envolvidos em clubes federados; e dois deles eram
animadores desportivos.
Houve uma tentativa, a partir do CASM, de envolver o concelho de Almada nesta
iniciativa, com o apoio do respectivo animador municipal, mas a tentativa
falhou.
A escolha do Xadrez justificava-se pelas mesmas razões que as de qualquer outra
modalidade (os benefícios individuais e colectivos da sua prática: o Desporto
Escolar também o adoptara entre as modalidades que apoiava). Mas,
diferentemente das modalidades mais «físicas», o Xadrez visava desenvolver a
«concentração, a «raciocínio lógico» (próximo da «demonstração»), etc..
Nesta primeira concretização dos «interescolas» não estava ainda tão claro o
que estaria nos seguintes: procurava-se beneficiar «todos» e não apenas
«futuros campeões».
Este foi o primeiro de 13 anos consecutivos em que algumas escolas organizaram
iniciativas interescolass no concelho do Seixal (a partir de 1990-91
também seria envolvido o concelho de Almada), com diversos apoios exteriores
(municípios; associações).
Essas iniciativas ocorreram em mais de uma dezena de escolas (por diversas
vezes na Escola Secundária do Seixal / José Afonso), sendo umas destinadas a
alunos (Jogos de Reflexão; Matemática e Realidade; projectos curriculares;
projectos extracurriculares) e outras a professores (Encontros Regionais;
acções de formação; Boletim Informativo).
Ficam para já no ar seguintes questões:
Terão as escolas vantagem na existência de iniciativas interescolas?
A existirem, em que se distinguirão as que dependem principalmente das próprias
escolas e as que dependem sobretudo do Ministério da Educação, das Câmaras
Municipais e de outras instituições?
Haverá uma boa solução de compromisso entre estes diversos parceiros para este
tipo de iniciativas?
A primeira das anteriores questões (terão
as escolas vantagem em haver iniciativas interescolas?) levanta, aliás, uma
outra: sendo as escolas «sistemas abertos»
(porque os alunos, os professores e os funcionários de cada uma estão em
contacto com outras gentes e vão sendo substituídos por novas gerações de
alunos, de professores e de funcionários; e também porque o Ministério da
Educação, e recentemente muitas outras instituições, determinam muito do que se
faz e do que se pode fazer nas escolas), justificar-se-á
que se isolem para competir com as outras, em vez de procurarem cooperat
visando conseguir vantagens para todas?
Fontes: Pedro Esteves / Arquivador
analógico ESJA Dois (Doc.s 62, 68 e 104) / Álbum de fotografias analógicas ESJA Dois (F3,
F5, F6, F7, F8, F9 e F10)
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