Memórias
As minhas anteriores três turmas do 7º ano foram reduzidas, em 1990-91, a duas turmas do 8º ano. E como eu deixara de ter «cargos» na escola, atribuíram-me três novas turmas do 7º ano. Eis os alunos destas turmas:O trabalho em Matemática com as três turmas do 7º
ano foi articulado com alguns colegas de outras escolas. Tínhamos decidido, no
final do ano lectivo anterior, realizar uma experiência pedagógica no 7º ano, a
coordenar no âmbito do Núcleo Regional da Associação de Professores de
Matemática. Chamámos-lhe Projecto AlterMATivas (nome que eu já utilizara,
em 1989-90, na Escola Secundária Nº 1 do Seixal), e referir-me-ei a ele noutro
testemunho.
A equipa deste projecto combinou iniciar as aulas com um inquérito aos alunos (o José Tomás e a Rita Vieira elaboraram duas versões para ele), que seria tratado estatisticamente nas aulas seguintes. Nas minhas notas de acompanhamento anotei ter precisado de 4 aulas para a apresentação entre o professor e os alunos, para o inquérito e para o tratamento das respostas, como trabalho de grupo. Entre as coisas que disse aos alunos estava a informação de que, nos testes, poderiam usar o livro, o caderno, a calculadora e … cábulas, mas que não poderiam copiar pelos colegas … (com os colegas, só trabalhos de grupo).
O inquérito não me trouxe grandes informações; os alunos tinham entre 11 e 16 anos (dois com a idade mínima; um com a idade máxima); quase todos vinham das escolas próximas, ou da própria escola (por serem repetentes), e apenas dois vinham de mais longe (um irmão e uma irmã, acabados de chegar do Alentejo).
Achei piada às justificações que dois dos alunos deram para gostarem de Matemática:
“Porque nós sem a matemática não temos futuro e eu meto na cabeça que quero ter futuro e por isso gosto da Matemática” (Pedro Paulo);
“Porque ao ir a um supermercado não me engano com o troco” (Jeovata).
Anotei ainda algo que eu não previra, e para a qual tive de arranjar uma solução de última hora: a equipa do AlterMATivas iria produzir muitas fichas de trabalho, a usar pelos alunos, e elas deveriam ser arquivadas nos seus cadernos; essas fichas teriam tamanho A4, mas uma parte dos alunos trouxera, para a primeira aula, cadernos A5; a solução foi propor aos alunos que, conforme o caso, procedessem do seguinte modo:
A equipa deste projecto combinou iniciar as aulas com um inquérito aos alunos (o José Tomás e a Rita Vieira elaboraram duas versões para ele), que seria tratado estatisticamente nas aulas seguintes. Nas minhas notas de acompanhamento anotei ter precisado de 4 aulas para a apresentação entre o professor e os alunos, para o inquérito e para o tratamento das respostas, como trabalho de grupo. Entre as coisas que disse aos alunos estava a informação de que, nos testes, poderiam usar o livro, o caderno, a calculadora e … cábulas, mas que não poderiam copiar pelos colegas … (com os colegas, só trabalhos de grupo).
O inquérito não me trouxe grandes informações; os alunos tinham entre 11 e 16 anos (dois com a idade mínima; um com a idade máxima); quase todos vinham das escolas próximas, ou da própria escola (por serem repetentes), e apenas dois vinham de mais longe (um irmão e uma irmã, acabados de chegar do Alentejo).
Achei piada às justificações que dois dos alunos deram para gostarem de Matemática:
“Porque nós sem a matemática não temos futuro e eu meto na cabeça que quero ter futuro e por isso gosto da Matemática” (Pedro Paulo);
“Porque ao ir a um supermercado não me engano com o troco” (Jeovata).
Anotei ainda algo que eu não previra, e para a qual tive de arranjar uma solução de última hora: a equipa do AlterMATivas iria produzir muitas fichas de trabalho, a usar pelos alunos, e elas deveriam ser arquivadas nos seus cadernos; essas fichas teriam tamanho A4, mas uma parte dos alunos trouxera, para a primeira aula, cadernos A5; a solução foi propor aos alunos que, conforme o caso, procedessem do seguinte modo:
Comentários
A preferência pela continuação do trabalho com as turmas de 1989-90 e pelo início do trabalho com novas turmas do 7º ano (para participar no Projecto AlterMATivas) tinham sido por mim comunicadas ao Conselho Directivo no final do ano lectivo anterior, pelo que não queria turmas do Secundário. Esta minha decisão acabou por se generalizar a todos os restantes anos do meu percurso como professor.
A ideia de introduzir a Estatística logo nas primeiras aulas do 7º ano inspirou-se no artigo de Margarida Cristina Silvam na revista «Educação e Matemática», nº 9, onde ela relata uma experiência feita no Projecto MAT789.
Fontes: Pedro Esteves / Arquivador analógico ESJA Três (Doc.s 8, 9, 99, 100 e 101) / Revista «Educação e Matemática» (nº 9)
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