[007] O segundo ano de aulas na Siderurgia

Memórias

Em 1986-87 o meu horário lectivo era este:

Com aulas na Siderurgia, três dias por semana, entre as 8h30 e as 10h30; o resto do tempo ficava disponível para o trabalho a fazer no Conselho Directivo.

Eis os meus alunos no 3º ano do Curso de Formação de Jovens (todos os que estavam no 2º ano em 1985-86):




Só me recordo de, neste ano, ter tido como colegas, vindos da Escola Secundária do Seixal, o António Figueiredo (na Educação Física) e o João Coelho (nas Ciências Naturais).
Mas o Alexandre Rodrigues, então aluno do 3º B, lembrou, há dias, no Facebook, dois outros professores da «casa»: o Delgado (no Desenho) e o Picard (na Tecnologia Mecânica).

Como professor, foi um ano lectivo em que senti as limitações resultantes do trabalho paralelo no Conselho Directivo (dos 9 dias em que faltei às aulas, 5 deles aconteceram em Maio, devido a «serviço oficial»).
Em termos lectivos, vivi do que preparara para o 3º ano do curso anterior. Apenas acrescentei um teste diagnóstico aos conhecimentos que deveriam ter sido adquiridos nos anos passados, que repeti no final do ano, para comparar e concluir se tinham ou não ocorrido melhorias ao longo de 1986-97. E ainda melhorei a ficha com os problemas dedicados às Potências.
E quanto às actividades não formais, apesar da ajuda que dei à preparação de uma visita de estudo à UCAL (concretizada em 14 de Maio), acabei por não poder participar nela, muito plausivelmente por razões relacionadas com o trabalho no Conselho Directivo (foi um mês muito difícil). Tenho registado que a partida da Siderurgia estava prevista para as 8h30, seguindo-se a visita à UCAL, em Águas de Moura, um almoço em Setúbal, a visita ao Museu de Arqueologia e Etnologia do Distrito, o regresso pela Serra da Arrábida e a chegada às 18h00: foi um dia inteiro para arejar ideias e para conviver …

Comentários

Tal como para os cursos nocturnos, os tempos lectivos na Siderurgia valiam 150 % para os professores (por exemplo, 2 horas reais equivaliam a 3 horas na contabilidade). Suponho que quem decidira esta regra esperava que os professores que tinham estes horários fossem criativos, dado se tratar de cursos não rotineiros.

Contrariamente à «abertura» que caracteriza muitos dos Problemas de Matemática propostos fora das aulas, os que são escolhidos por cada professor para apoiarem a aprendizagem de um determinado tema nas aulas são problemas mais «fechados». Nos anos 80, havia em Portugal uma grande falta de fontes onde pudessem ser seleccionados qualquer tipo de problemas (senti-o muitas vezes), pelo que as listas de problemas que foram surgindo, aqui e acolá, foram esforços pioneiros para constituir um corpo de materiais didácticos / educativos, quase sempre para uso individual, algumas vezes para uso colectivo. Só mais tarde, quando este desafio começou a estar resolvido, foi possível aos professores que o enfrentaram colocarem questões mais profundas sobre o conteúdo dessas listas, nomeadamente adequando-as aos interesses e às características dos alunos.

Das actividades não formais realizadas no ano anterior na Siderurgia houve uma a que dei continuação, alargando-a às Cavaquinhas: o concurso de problemas. Falarei dela num dos próximos testemunhos.

Fontes: Pedro Esteves / Arquivador analógico ESJA Dois (Doc. 100, Doc. 102, Doc. 104, Doc. 105, Doc. 106)

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