Memórias
Em 1985-86, para além das actividades decorrentes do «currículo formal» (aquele
que é centrado nas aulas), foram realizadas outras actividades com as quatro
turmas da Siderurgia Nacional, que podem ser consideradas como correspondendo a
um «currículo informal». Destaco três dessas actividades.
A Maratona da
Matemática, um concurso de problemas. Ele foi, certamente, o mais
participado dos vários concursos em que estive envolvido. Foi constituído por
dezoito problemas, subdivididos em seis temas (cada qual com três problemas):
lógica; estratégia; números; geometria; condições; probabilidades. E era
destinado apenas aos alunos da Siderurgia (eu tinha pouquíssimos contactos com
a escola).
Algumas respostas foram dadas conjuntamente, ou após discussão entre alguns alunos.
Como estes problemas estiveram afixados num expositor, à entrada do Centro de Formação, muito outras pessoas os foram lendo e se interessaram por eles (penso que, à noite, passavam por ali operários da Siderurgia que participavam em diversos cursos, mais os respectivos monitores). Isso explica que, no final, não só os meus alunos me tenham pedido fotocópias dos problemas e das soluções, mas também outros frequentadores do Centro de Formação o tenham feito.
O Vítor Pais Augusto trouxe um problema, de que desconhecia a origem, e que eu decidi utilizar como problema nº 17:
No início do 3º período foi realizada uma ambiciosa Visita de Estudo, pois incluía, nada mais, nada menos, do que cinco alvo na zona de Belém, em Lisboa.
Através da escola foram enviados ofícios para o Planetário e para o Museu de Marinha, solicitando a gratuitidade das respectivas visitas (não me lembro de termos concretizado a visita ao Museu dos Coches). E este foi o «plano»:
A seguir ao almoço, perto da Torre de Belém, foi tirada a única fotografia que tenho deste curso: estão os 44 alunos, mais o José Augusto (a contar da esquerda, é o terceiro sentado no murete) e o Senhor Campos (que não consigo localizar):
Para qualquer destas visitas foi previamente distribuída documentação de apoio. E pelo menos a visita ao Planetário foi posteriormente explorada nas aulas, através da ficha «A Matemática dos Astros».
O Xadrez foi a terceira das actividades informais que decidi destacar.
Houve jogos por «correspondência» (todos iniciados em Dezembro; num deles defrontei uma equipa constituída pelo Joaquim Paulino, pelo António Filipe e pelo António Braga).
E, no dia 24 de Março, de manhã, ao longo de 3 horas e 45 minutos, houve uma simultânea com 6 tabuleiros (não arranjei mais), em que defrontei 10 alunos, que se foram substituindo (e alguns repetindo), no total de 17 partidas (o Pedro Henriques empatou e o Joaquim Silva e o Sérgio Duarte ganharam-me). Em paralelo, esteve afixada uma exposição de selos sobre a temática do Xadrez.
Comentários
As actividades informais poderiam ter sido outras: elas dependeriam sempre de quem as sugerisse, de quem as fosse capaz de as implementar e dos que nelas quisessem participar.
No caso da «Maratona», foi muito interessante a mobilização de contributos que suscitou (à semelhança do que estava a acontecer com alguns dos temas do currículo formal): além do Vítor Augusto, outros alunos – e até o Senhor Campos – me trouxeram problemas, quase todos abordados mais tarde nas aulas, mesmo que só nos seus minutos finais; e, no fim, também foi interessante haver tanta gente querendo a documentação que havia sido produzida.
Na página «Documentos» deste blogue foi colocado um PDF com os enunciados e as soluções da «Maratona da Matemática» (pasta «Concursos de Problemas»).
Fontes: Pedro Esteves / Arquivador analógico ESJA Um (Doc. 83, Doc. 84, Doc. 91 e Doc. 92) e Álbum de fotografias analógicas ESJA Um [F52(86)]
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