[002] As turmas da Siderurgia Nacional

Memórias

Em 1985-86 as quatro turmas da Siderurgia tinham um total de 44 alunos.
Nas duas turmas do 2º ano, cada uma com 14 alunos, estavam misturadas as quatro possíveis opções profissionais: a dos Electricistas, a dos Fresadores, a dos Serralheiros Mecânicos e a dos Torneiros Mecânicos.
As duas turmas do 3º ano separavam os Electricistas (5 alunos no 3º B) de de todos os outros (11 alunos no 3º A).

Como era Director de Turma do 2º A e do 3º B, pedi aos alunos das quatro turmas, a meio do 1º período, numa das aulas de Matemática, para responderem a um inquérito (já que inquiria os alunos das minhas duas turmas, inquiria os alunos de todas!).
Uma das questões incidia sobre a localidade de nascimento. Sintetizei assim as respostas (a cada localidade, ou país, correspondem dois números, o da esquerda refere os alunos do 2º ano e o da direita os alunos do 3º ano):


Mais de metade destes jovens tinha nascido noutro distrito, ou no estrangeiro.

Outra das questões incidia sobre a localidade onde, na altura, viviam:


Para participar nas aulas, um em cada três destes jovens deslocava-se de concelhos vizinhos.

Os onze aprendizes de Fresador, de Serralheiro de Mecânico e de Torneiro Mecânico, misturados no 3º A, eram estes:


E estes eram os cinco aprendizes de Electricista, juntos no 3º B:


Comentários

Os jovens envolvidos nesta «acção piloto» foram seleccionados entre os muitos que se haviam manifestado desconfortáveis com a «escola regular». Estes cursos, portanto, deveriam ser cuidadosos quanto à alternativa que ofereciam, juntando-lhe os cuidados que se devem ter com os jovens de qualquer curso, nomeadamente para a socialização dos alunos, para a integração curricular, para as oportunidades de emprego e para o prosseguimento da formação (escolar e profissional). Numa das próximas memórias juntarei algumas notas sobre estes diferentes aspectos.

As «memórias» de uma pessoa existem independentemente dos «documentos» a que ela tem acesso; mas a existência de documentos sobre os acontecimentos a que as memórias pessoais se referem ajuda muito a alargar aquilo que é possível recordar. Sem a enorme quantidade de documentos que fui guardando, dificilmente arriscaria contar as minhas memórias sobre os anos em que trabalhei na Escola Secundária do Seixal, hoje José Afonso. E sem as memórias dos cursos que decorreram na Siderurgia a história desta escola ficaria mais pobre.
Parafraseando a actual terminologia informática, os «documentos» são como uma «memória externa».

Fontes: Pedro Esteves / Arquivador analógico ESJA Um (Doc. 06, Doc. 14 e Doc. 16)

Sem comentários:

Enviar um comentário