[051] Entre a «acção», a «reflexão» e a «investigação», qual é o papel deste blogue?

Reflexão

Retomando a inquietação subjacente ao testemunho «021»: valerá a pena voltar a recordar as mesmas coisas, a pensá-las, a falar sobre elas?
Estou certo que sim: na permanente dialéctica entre o agir e o reflectir, a que ninguém escapa, há alturas em que sentimos não ser suficiente a «reflexão» que se sucede à «acção» e que antecede uma nova «acção»; então, se dispomos de tempo e de condições para o fazer, procedemos àquilo a que podemos chamar, com toda a propriedade, uma «investigação».
É o que tento mostrar através do seguinte esquema, no qual se deve ter em conta que o «tempo» corre da esquerda para a direita:


Como traduzirei eu este esquema para o caso deste blogue, o «Aprendizagens»?

O «blogue», tal como o «livro» e a «tese» que refiro na mensagem «050», referem-se a um mesmo percurso profissional, que associou a passagem por diversas escolas e pelo Núcleo Regional da Associação de Professores de Matemática; e a posterior escrita do «livro» teve como contexto, e a do «blogue» ainda tem, o projecto «Pontes na Educação» (este teve o seu próprio blogue, agora inactivo, visitável em https://pontesnossabanda.blogspot.com/ ).

A investigação da qual resultou a tese de mestrado foi impulsionada pela minha vontade de compreender o que o grupo de professores de Matemática reunido em torno do Núcleo Regional conseguira fazer (em 1989-96), tendo sido concretizada numa altura em que o Núcleo ainda estava activo (só deixou de o estar em 2003). As reflexões individuais e colectivas de que dispunha não eram sentidas como suficientes, foi necessário pesquisar mais profundamente.
Por outro lado, o livro não se restringe nem àquele período, nem ao Núcleo, mas resultou da mesma vontade de compreender: não sendo uma «investigação», é, di-lo-ia assim, uma «reflexão de longo prazo».

E este blogue?
A motivação continua a ser a mesma: compreender. A maior parte dos testemunhos publicados é constituída pela apresentação de «memórias», umas pessoais, outras documentais, sendo reservado alguma espaço para «comentários» que, por vezes, são novas reflexões.
O que se me está a tornar evidente após 50 testemunhos publicados no primeiro ano é o seguinte: há temas já abordados com potencial para aprofundar o que foi escrito tanto na minha tese como no meu livro, ou que não foram aí referidos, e que agora recordo, penso e descrevo com dados mais detalhados - os documentais.
Então, pergunto, poderá este blogue ser a matriz de mini «estudos de caso» (uma metodologia usada na investigação), não se limitando à divulgação e a umas tantas reflexões?
Penso que sim. E dou alguns exemplos, sugeridos pelos primeiros 50 testemunhos:
u o caso das turmas da Siderurgia Nacional em 1985-87;
u a evolução do sucesso escolar nas turmas do 3º Ciclo que conheci;
u o papel dos percursos iniciais de alguns professores ligados ao Núcleo Regional;
u os Concursos de Problemas de Matemática na Escola Secundária José Afonso;
u as iniciativas e os projectos do Núcleo Regional da APM;
u os Inter-escolas de Jogos em Almada e Seixal;

Então, o papel deste blogue será o de divulgar memórias e de reflectir um pouco sobre elas, podendo, de vez em quando, para alguns temas, proceder a um mini-estudo de caso:


Uma questão que se me coloca há muito tempo e que é importante para qualquer grupo (ou profissão): quando é que uma investigação se torna «de um grupo» (ou «de uma profissão»), em vez de ser «sobre um grupo» (ou «sobre uma profissão»)?
Responderia, para já, com cinco pistas (a ir aprofundando):
u o «investigador» deve fazer parte do grupo;
u o «objectivo» da investigação deve algo relacionado com o próprio grupo;
u as «questões» colocadas devem surgir do próprio grupo;
u as «referências» teóricas devem tender para ser as do grupo ou as de grupos semelhantes;
u das «metodologias», que são mais ou menos universais, apenas se podem esperar variantes típicas de cada grupo.


Fontes: Livros (Esteves, 1998; Esteves, 2023)

[050] Os primeiros anos do José Tomás como professor

Memórias

O José Tomás Gomes foi quem impulsionou a criação do Núcleo Regional da APM (Associação de Professores de Matemática) em Almada e Seixal [ver testemunho «040»].
Foi também ele que redigiu a primeira versão do projecto AlterMATivas [ver testemunho «045»].

Eis as duas páginas de uma das fichas do AlterMATivas produzida pelo José Tomás:



Quando eu quis estudar, através de uma tese de mestrado, estas e outras iniciativas dos professores de Matemática nesta região, um dos professores que entrevistei foi o Zé. A entrevista foi realizada no dia 16 de Novembro de 1995.
Segue-se um resumo do que o Zé me disse, organizado por épocas do percurso pessoal e profissional (as citações são do entrevistado; os destaques, a vermelho, são meus).

Os anos como professor em Tondela

O Zé começou por estudar em Tondela. Depois, terminado o Secundário, veio estudar Engenharia para o Instituto Superior Técnico, em Lisboa.
Em 1975-76, quando frequentava o 3º ano, já estava “farto do Técnico”. Inscreveu-se para diversos empregos e também concorreu para professor: foi colocado em Tondela para dar aulas de Educação Visual.
Tinha lá “um grupo de rapaziada conhecida”, todos com vinte e tal anos, e o momento político que se vivia levou-os a ligar-se à Comissões de Melhoramentos (“uma parte do concelho não tinha electricidade, não tinha água”) e a criar uma Associação Cultural, um Infantário, o Grupo de Teatro Trigo Limpo, Cursos de Alfabetização e um jornal regional. Eram actividades que utilizavam as instalações da escola, embora tivessem pouca ligação com ela.

Assim, “durante quatro anos toda a minha vivência da escola passa muito pelo exterior da escola”, o que se tornara possível por haver lá aquele grupo de professores “mais animados”, que fazia “esta transposição para o trabalho cá de fora". Na escola propriamente dita não fizeram um “grande investimento”, a prioridade era a “ligação à comunidade” e a “afirmação” contra o “caciquismo local”. Nesses anos o Zé aprendeu e descobriu “algumas das coisas” que “gostaria de fazer”.
Foi por esta altura, em que o Sottomayor Cardia era o Ministro da Educação, que surgiram as questões do “poder” e da “estruturação” das escolas, e, lembrou o Zé, “durante algum tempo até fui delegado sindical”, com envolvimento em “algumas das lutas, das greves”.

Surgiu então o “dilema” entre ficar na escola ou ir acabar Engenharia. Foi nessa altura que o Zé decidiu “ficar mesmo na escola”, mas ainda sem pensar em leccionar Matemática.
“Gostei muito de dar Educação Visual”, “era uma área giríssima de intervenção”, “com tudo aquilo que eu gosto na escola”, “os espaços exteriores de animação” e de “intervenção”, capazes de “surpreender os miúdos”, que chegam “com determinados valores culturais, [...] e a escola pode ser um momento de rasgo, um momento de os confrontar com novas experiências e novas vivências”. E a Educação Visual era para isso “um espaço excelente. Português também seria um espaço excelente”. E igualmente a História, não a curricular, “mas a percepção da História no seu todo”, com consequências “na história de cada um.

A conclusão do curso em Lisboa e o estágio no Barreiro

O curso onde as cadeiras de Engenharia seriam mais aproveitáveis era a Matemática. E assim o Zé regressou a Lisboa, onde, de 1979 a 1982, concluiu o Curso Geral de Matemática na Faculdade de Ciências de Lisboa, durante o dia, dando aulas de Matemática em diversas escolas, à noite.
Ao regressar à Faculdade depois dos anos de interrupção em Tondela, o Zé percebeu a “incongruência daquela instituição”. Nos anos anteriores tinha andado a “estudar a vida”, a ver e a “ouvir coisas, a investigar, a experimentar, [...] a reflectir”, e na Faculdade percebe “como aquele estudo é livresco”, embora, por vezes, tenha “pontos de reflexão interessantes e novas pistas, mas [...] afunila as coisas”. A Matemática leccionada era “extremamente formal”: uma vez entrou numa aula e sentiu que o que a professora dizia era como se estivesse “a falar chinês”. Por isso, chegou a pensar no regresso a casa – “«Estou tramado, nunca mais vou acabar»” o curso.
Teve de “marrar desgraçadamente” para acabar o Curso Geral: “foi um horror, foi uma coisa extremamente pesada”; mas, desde que conseguido, pensou ele, seria capaz de concluir qualquer outra coisa.

Ao começar a leccionar Matemática, por contraste com a Educação Visual, o Zé teve medo, pois se lembrava da Matemática “árida”, de que os miúdos “não gostam”, pelo que mudar para esta disciplina foi, nos primeiros anos, “um bocado chato”; e os modelos lectivos de que se socorreu foram “perfeitamente clássicos”, trazidos das escolas onde fora aluno.

No final do Curso Geral o Zé escolheu prosseguir pela via educacional. Quando a iniciou “entrei no céu. Era onde eu gostava de estar.”
Para ele, “A Matemática era perfeitamente secundária”, poderia ter sido Física, ou Ciências, o que ele queria era trabalhar com os alunos, “e não era tanto o espaço aula”, “eu vou para o Educacional pelo espaço fora da aula”.
Com alguns dos seus colegas, quase todos vindos das Engenharias, formou “um grupo de trabalho” que se mantém até ao estágio, que se orienta “para a intervenção no próprio Educacional.” Através de um inquérito, obtiveram dados que depois dirigiram para as várias cadeiras e para o lançamento de uma série de debates dedicados ao “ensino da Matemática na Faculdade”.

E é assim que o Zé se começa “a virar para a Matemática” e a sensibilizar-se para as questões da Metodologia do Ensino da Matemática, descobrindo a Emma Castelnuovo e o Sebastião e Silva e achando interessantes as propostas do Paulo Abrantes.
No entanto, o seu grupo de trabalho, dada a experiência que os seus membros já tinham das escolas, pois já lá leccionavam, chegou à conclusão de que aquilo que se discutia na Faculdade “não tinha nada a ver com os problemas concretos”, não “questionava” nem “desenhava possíveis saídas”, pelo que começaram a travar “batalhas interessantes” contra os professores “que vinham com modelos «os livros dizem assim»".

O estágio, correspondente ao 5º ano do Educacional, foi realizado no Barreiro, em 1983-84. O seu grupo “conseguiu conduzir o processo”, pois “os orientadores eram impostos pelo Ministério” e os futuros estagiários delinearam "os núcleos de estágio” e conseguiram “impor alguns orientadores”.
O ano de estágio foi mais um ano em que o Zé trabalhou em grupo, “um grupo muito giro”, instalado no Barreiro durante a semana, “aquilo era esgalhar e partir”; o orientador desempenhou um papel “fundamentalmente facilitador”, não interferiu “muito no nosso trabalho”, “deixou-nos andar”, respeitando “absolutamente” as “opções” do grupo, “e se aquilo tinha a ver com a Matemática, óptimo, se tinha a ver com o [quotidiano], também”.
Com base nesta sua experiência, o Zé proporia que a Formação Inicial de Professores fosse baseada nas vivências pessoais, revelando uma certa simpatia pelas potencialidades da modelo da «profissionalização em exercício», que ligava o Professor às várias dimensões da Escola.

Os anos no Magistério Primário e na ESE de Lisboa

Acabado o estágio o Zé foi destacado para a Escola do Magistério Primário de Lisboa, onde esteve em 1984-85. E no ano seguinte transita para a Escola Superior de Educação (ESE) de Lisboa, que veio substituir o Magistério; e onde acabara de entrar “um conjunto de malta nova”.
Sendo necessário refazer todos os programas, “aquilo é uma descoberta”, sempre “à procura de coisas novas”.
Uma experiência que marca especialmente o Zé é o “espaço comum, às Quartas-feiras, ao longo de todo o dia, onde professores e alunos se organizavam por grupos, cada um com o seu “projecto de trabalho” para o ano inteiro, sendo um dos papeis dos professores definir pequenas etapas para cada projecto; esta experiência, lembrou o Zé, iria ser mais tarde reinvestida na Área Escola.
O seu grupo de trabalho descobre a Escola da Torre, o Movimento da Escola Moderna (que se inspira no Papi) e, na Matemática, descobre os “materiais manipuláveis” como as barras Cuisenaire, os Geoplanos e os Blocos Lógicos.

“Para mim”, resumiu o Zé, “as grandes descobertas” dessa altura, além dos materiais manipuláveis, foram “as intersecções com as outras áreas disciplinares” (o que é “muito mais claro, e muito mais rico” no Primário, devido à “monodocência”) e os computadores (com as ideias do Seymour Papert).

Foi nesta fase que esteve ligado ao lançamento e à coordenação do Projecto Minerva; andou com os computadores TIMEX`s “às costas”, para fazer formação com eles; aprendeu o Logo, o processamento de texto e a utilização da folha de cálculo; e o grande desafio foi “a montagem dos Clubes, de experimentação, de encontrar aquele espaço na escola, encontrar aquele espaço na relação com os professores”, pois o corpo docente “é bestialmente resistente”.
Uma “discussão que houve muito acesa no Minerva”, lembrou o Zé, foi sobre se se “devia logo inflectir para a sala de aula” ou se se “tinha que manter os Clubes como uma fase de experimentação por professores e alunos e mais tarde passar para a aula.” Segundo ele, “nunca foi possível resolver este problema” e “os computadores nunca conseguiram sair muita da fase de Clube, de espaço exterior”.

Os anos iniciais como professor no Laranjeiro

Quando o Zé veio viver para a Margem Sul vinha a pensar nesta zona em termos de “comunidade”, como em Tondela, se haveria por lá, por exemplo, algum “clube”. Foi essa uma das motivações que o levou a impulsionar a criação do Núcleo Regional da APM.

E foi através do Núcleo, e das duas primeiras escolas onde leccionou (as actuais Escola Secundária Francisco Simões e Escola Secundária Rui Luís Gomes), que entrou em contacto com novos professores de Matemática.

Já havia sido na Escola Superior de Educação que o Zé começara a perceber “a importância da sala de aula”, mas é quando começa a trabalhar com estes professores que pela primeira vez o começa a aceitar “em termos de terreno”, pois havia “propostas” e “desafios” suficientemente estruturados para entrarem na serem usados, permitindo que se desse “essa descoberta”, do “descer ao espaço aula, ao gozo de trabalhar a Matemática”.
Por outro lado, em termos de «projectos», o Zé encontrou nos professores do Núcleo da APM os companheiros que lhe permitiram não os enfrentar “sozinho”, daí o seu envolvimento mo AlterMATivas, no MATlab e no InterMAT, que também foram apoios para outros empenhos nas suas escolas: os clubes de jogos e os laboratórios.

Foi sobretudo na segunda escola onde leccionou que o Zé teve outra experiência importante: “pela primeira vez tenho possibilidades de pensar um trabalho a médio prazo, de investir num trabalho a médio prazo”, de realizar “a inserção no mundo da escola”, e poder compará-lo com o que se passava noutras escolas inseridas nos projectos colectivos do Núcleo.
Na sua escola, o Zé vai-se inserindo no Projecto Minerva, cria um Clube de Jogos, depois avança para os projectos da «Sonora» e do «Multimédia», pretendendo com isso “criar um conjunto potente de possibilidades e de coisas potencializadoras para as actividades dos miúdos e depois de projectos, de sala de aula, fora da sala de aula, etc.”. Mas as “coisas não correram nada bem”, desabafou ele, “acho que me correu muito bem a parte do trabalho com os miúdos, as infra-estruturas ficaram montadas, mas depois falta a outra parte” – “como é que tu integras aquilo na vivência da Escola”, pois essa “é uma outra fase, é uma outra faceta dos projectos na escola”.
Em particular em relação ao Clube, onde 1992-93 foi um “primeiro ano riquíssimo”, “giríssimo, com montes de potencialidades”. Pensando que ele estava estabilizado, decidiu mobilizar os seus colegas de Matemática na direcção das mudanças curriculares, deixando-lhes o Clube à sua responsabilidade; e os colegas envolveram-se, retirando-se ele. “Infelizmente”, voltou o Zé a desabafar, eles “iam lá abrir o Clube, ver se chegavam miúdos, se não chegavam miúdos vinham-se embora ao fim de uma hora, fechavam”, “não conseguiram dar o salto”, pelo que durante dois anos o Clube foi uma “experiência para esquecer”.

Quanto à sua experiência inicial no Clube, onde trabalhou o Logo com os alunos, o Zé reparou que a “tentação dos miúdos ao programar é fazerem um jogo”, mas o Logo para isso “é muito pobre e pouco rápido”, frustrando-os; e ele acabou por não lhes encontrar “o desafio adequado”.

Foi ainda nesta escola que o Zé esteve envolvido na coordenação dos Directores de Turma e no apoio ao Conselho Directivo (para a elaboração dos horários e para o lançamento do projecto PEPT).

Comentários

Durante cerca de duas décadas, a seguir ao 25 de Abril, a enorme expansão do número de alunos a frequentar o sistema educativo levou à entrada neste de muitos jovens professores.
O José Tomás, bem como outros professores envolvidos no Núcleo da APM em Almada e Seixal, foram exemplos desse enriquecimento geracional da docência.
Para muitos destes novos professores, não tinha sido inicialmente evidente a profissão que acabaram por abraçar, o que lhes proporcionou anos de experimentação de outras inserções sociais, cuja experiência trouxeram depois para as escolas.

As duas primeiras conclusões da minha tese de mestrado basearam-se em testemunhos como aquele que o José Tomás me prestou (além de outras fontes, materiais, associadas aos professores envolvidos no Núcleo da APM).

Eis a transcrição dessas conclusões:

Os professores envolveram-se enquanto pessoas na profissão
.

O envolvimento pessoal do professor foi sobretudo claro no início de carreira, quando não existe ainda uma experiência profissional constituída. Então, a construção já realizada como pessoa foi um forte recurso na procura de soluções para a construção profissional a realizar na escola: o jovem professor mobilizou o que já sabia e preferia e interveio do modo como acreditou ser possível mobilizar os saberes e preferências de outros. Esse envolvimento da pessoa prosseguiu posteriormente, sob a aparência, no entanto, de envolvimento profissional, por se ter fundido com este: as diferenças entre os percursos dos docentes parecem reflectir mais as escolhas que estes fizeram do que as oportunidades de que dispuseram.

O envolvimento profissional dos professores apoiou o seu desenvolvimento pessoal.

A mais importante das consequências pessoais da acção profissional dos professores foi constituída pelo conjunto de transformações das suas capacidades, atitudes e conhecimentos. Se apenas alguns dos professores, como resultado das suas escolhas pessoais, desenvolveram as competências particulares exigidas por certos espaços ou ferramentas, todos, através da sua participação, puderam desenvolver as competências gerais necessárias para o envolvimento na concepção, na intervenção e na regulação exigida pelos processos colectivos. Os dilemas e incompletudes pessoais e profissionais verificados nestes processos indicam que eles são uma função do tempo e sugerem a existência de limites externos.


Fontes
: Pedro Esteves / Arquivador analógico ESJA Três (Doc. 34) / Arquivador digital Tese de mestrado (4EXPR12) / Livro (Esteves, 1998; ponto VII.1.2.9)

[049] Julho de 1991: o 1º Encontro Regional de Professores de Matemática

Memórias

Em 1990-91, a primeira actividade do Núcleo da APM em Almada e Seixal cuja data identifiquei foi a Assembleia Geral, ocorrida no dia 15 de Janeiro, na Escola Secundária Anselmo de Andrade.
Os sócios apreciaram o que foi feito em 1989-90; definiram o Plano de Actividades para 1990-91 e elegeram a primeira Comissão Coordenadora (para o biénio de 1990-92): a Ângela Queiroz, a Cristina Fonseca, o Manuel Ribeiro, o Pedro Esteves, a Rita Vieira e a Teresa Nascimento (um grupo com professores do 1º, 2º e 3º Ciclos e do Secundário)

É possível que duas ou três reuniões destinadas a fundamentar propostas de revisão dos Estatutos da APM tenham sido realizadas antes desta Assembleia, durante o 1º período lectivo.

Depois, no dia 17 de Abril, foi concretizada a IIª Final Regional das Pré-Olimpídas de Matemática, na Escola Secundária Emídio Navarro, tendo nela estado envolvidos 57 alunos de 7 Escolas Preparatórias e Secundárias dos dois concelhos.
Eis os problemas que lhes foram propostos:


Ainda em Abril, a equipa que candidatou o projecto AlterMATivas ao 3º Concurso Nacional de Projectos Educar Inovando / Inovar Educando, promovido pelo Instituto de Inovação Educacional [ver testemunho «045»], ampliada com a Teresa Nascimento (da Escola Básica da Cova da Piedade, actual Escola Básica Comandante Conceição e Silva), apresentou ao mesmo concurso um outro projecto, o MATlab – Laboratórios de Matemática: actividades / desafios / recursos.
Partindo da experiência que já tinham, consideraram que o “processo de ensino-aprendizagem da Matemática sofre diversos bloqueamentos”, atribuíveis, entre outras origens, “ao seu encerramento na escola, à rigidez do espaço-tempo a ele dedicado (a aula), e à dificuldade de aproveitamento das explorações espontâneas realizadas pelos alunos.” E era sua convicção a possibilidade de “criar espaços exteriores às aulas, dentro da Escola, capazes de gerar interesse e iniciativa dos jovens em relação à Matemática”, os quais poderiam “favorecer o desenvolvimento de capacidades como a cooperação, o sentido de risco, a elaboração de projectos e estratégias e a definição de valores”, além de contribuir “para o melhoramento da Matemática feita na Escola”.
Com estas intenções, propuseram-se criar e institucionalizar em cada escola “um espaço, a ser utilizado livremente pelos alunos, com condições para a realização de actividades e para a exploração de desafios de carácter matemático (em sentido amplo)”, e que permitisse “a interacção com as actividades curriculares” e “a dinamização e integração de iniciativas a nível das comunidades” em que essas escolas se inseriam.
E, para “dar sentido mais profundo a cada uma das iniciativas tomada isoladamente”, propuseram o conceito de “Laboratório de Matemática, que deve ser aberto (as actividades), aprofundante (os desafios) e estruturante (os recursos).
Metodologicamente, defenderam a “iteratividade processual”, com “mobilização gradual das comunidades escolares e não escolares” e com “obtenção do apoio dos órgãos de gestão das Escolas”, considerando-o um caso de “investigação-acção.
Esperavam os autores, “sobretudo: o enraizamento das práticas de pesquisa matemática em cada Escola; o aligeiramento das fronteiras entre o curricular e o não-curricular; a dinamização das permutas da Escola com o meio circundante; e, finalmente, a institucionalização dos espaços físicos suporte das iniciativas realizadas e dos recursos (humanos e financeiros) nelas investido, de modo a que, globalmente, se desencadeie um processo irreversível.

O Iº Encontro Regional de Professores de Matemática dos concelhos de Almada e Seixal, realizado nos dias 15, 16 e 17 de Julho, em três Escolas Secundárias, respectivamente Nº 1 do Seixal, Anselmo de Andrade e Nº 1 do Laranjeiro, foi organizado pela Filomena Teles e pelo Sérgio Valente, com o apoio dos membros da Comissão Coordenadora.
E foi constituído por cinco Sessões Práticas (quatro relacionadas com projectos que tinham sido implementados durante o ano lectivo e uma sobre o “valor educativo do problema em Matemática”) e ainda permitiu a apresentação do Projecto AlterMATivas. Nenhuma destas sessões se sobrepôs a qualquer outra, pelo que todos puderam participar em todas.
Dois dos projectos apresentados tinham carácter interdisciplinar, um ligando a Física e a Matemática, a propósito dos «movimentos dos corpos» (foi animado pela Cremilde Ribeiro e pela Margarida Junqueira) e o outro ligando a Geografia e a Matemática, dado se referir aos contributos de Eratóstenes e de Pedro Nunes (foi animado por três estagiárias de Matemática, orientadas pela Filomena Teles, a Ana Cristina Neto, a Joana Guerreiro e a Patrícia Cascais).
Um terceiro projecto (a cargo do Sérgio Valente), explorou as novas tecnologias no ensino da Matemática,
E o quarto projecto apresentou os resultados de uma experiência feita com três turmas do 7º ano, de modo a permitir a rotatividade dos alunos entre elas (foram responsáveis por esta apresentação, sendo só uma delas professora de Matemática, a Ana Paula Aguilar, a Palmira Barros e a Rosário Figueiredo).
A Sessão Prática esteve a cargo de dois professores na Faculdade de Ciências e Tecnologia, a Ana Boavida e o José Manuel Matos.
Todas estas sessões dispuseram de tempo para debate, mas as actas não registaram um resumo de todos os debates havidos.
Foram ainda divulgados os espaços extracurriculares da Escola Secundária Anselmo de Andrade e da Escola Secundária Nº 1 do Seixal.
Do «Debate Final» destaco a ideia de nem se poder «exigir militância reformista» a nenhum professor, nem se dever «impedir a militância reformista» dos que a desejarem ter.

Eis uma fotografia que ilustra a apresentação (na Escola Secundária Nº 1 do Seixal) do primeiro dos referidos projectos interdisciplinares:


Da esquerda para a direita, a Cremilde, a Margarida, o Sérgio, o Pampulim e a Filomena


E eis a capa que reuniu os contributos digitalizados deste Iº Encontro Regional (penso que as cópias impressas foram feitas e oferecidas pela Câmara Municipal de Almada):


Alguns tópicos sobre três dos projectos apresentados neste Encontro (retirados destas Actas):

O Sérgio Valente, com o objectivo de produzir software (programas Microcalc e Logo), tinha implementado nas suas turmas do 11º ano (Escola Secundária Anselmo de Andrade) o projecto Novas Tecnologias no Ensino da Matemática, a dois níveis: a) com os alunos, nas aulas; b) com o Pólo do Projecto Minerva da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT). As turmas tinham sido constituídas normalmente e tinham cerca de 30 alunos. A metodologia baseou-se no trabalho de grupo.
No debate que se seguiu à apresentação deste projecto, o Sérgio disse que depois do trabalho no computador fazia sempre um feed-back e que houve professores que pegaram nas suas fichas e as reformularam, o que achou positivo. Lançou ainda a questão sobre se é preferível utilizar apenas um computador na aula, com o professor centrando em si a discussão, mais ou menos aberta, ou se será melhor, havendo mais do que um computador na Sala, deixar mais margem para a experimentação pelos alunos.

A Cristina Neto, a Joana Guerreiro e a Patrícia Cascais (Escola Secundária Anselmo de Andrade) desenvolveram ao longo de 1990-91 um projecto, fora do espaço aula, com os alunos do 8º ano, intitulado A Viagem num Mundo em Transformação (de Eratóstenes a Pedro Nunes).
Não se preocuparam com os conteúdos programáticos, apenas com as “noções” necessárias para a realização do trabalho (“ângulos, triângulos, polígonos, quadriláteros, proporções, semelhança de triângulos, Teorema de Thales”).
No debate que se seguiu à apresentação deste projecto, a Patrícia reconheceu que “foi complicado e levou muito tempo, fins-de-semana, noites, etc.”, apesar de o seu trabalho como professoras ter decorrido “em condições especiais”, “em grupo, com menos turmas”.

Um grupo de 6 professores de Matemática, Português e Francês” (Ana Aguilar, Francisca Angelino, Maria Gardete, Rosário Figueiredo, Palmira Barroso e Regina Caeiro), tendo como “preocupação comum (…) agrupar os alunos e envolvê-los em actividades diversificadas de modo a possibilitar-lhes um acompanhamento mais individualizado, consoante as dificuldades e respeitando os seus ritmos de trabalho” promoveu o projecto Mais uma Proposta para o Sucesso em 3 turmas do 7º ano da Escola Secundária Nº 1 do Laranjeiro (actual Rui Luís Gomes), tendo para tal horários coincidentes naquelas disciplinas, o que lhes permitiu a “rotatividade dos alunos ao longo do ano”.
No debate que se seguiu à apresentação deste projecto, as autoras consideraram que ele “Foi uma aposta contra o cepticismo reinante”, pois pensam que “é necessário inventar, recriar sempre algo de diferente para os nossos alunos.”

E ainda mais algumas notas sobre outros projectos desenvolvidos ao longo deste ano lectivo, também divulgados no Encontro (mas não nas suas Actas):

A Ana Paula Natal (Escola Secundária Anselmo de Andrade) realizou com as suas 2 turmas do 7º ano uma experiência de produção de materiais para o ensino e aprendizagem da Geometria.

A Ana Paula Natal e a Lídia Lourenço criaram o Clube da Matemática na Escola Secundária Anselmo de Andrade, “tendo cada uma 2 horas semanais extra horário lectivo”. Nele foram “construídos materiais de suporte a jogos e puzzles.” Um das horas da Lídia foi “dedicada à resolução de problemas.” E uma das suas alunas, frequentadora do Clube, a Joana, ganhou as Olimpíadas de Matemática, por “mérito da aluna”, mas tendo o Clube “uma importância enorme” na sua “motivação e desenvolvimento do raciocínio matemático”.

Numa reunião dos professores do 1º grupo da Escola Secundária Nº 1 de Corroios (actual Básica de Corroios) foram analisadas as “causas” do “insucesso escolar” em Matemática.
Apontou-se para estarem entre essas causas: o «mito» associado a esta disciplina; as reprovações consecutivas; o excessivo número de alunos por turma; a heterogeneidade de conhecimentos presente na mesma turma; a falta de hábitos de trabalho; a inadaptação dos programas; o não cumprimento destes nos anos anteriores; a falta de tempo para os professores trabalharem em conjunto; e a indisciplina dos alunos.
Foi sugerido, como “estratégias”, o trabalho de motivação, o trabalho de grupo, as aulas de compensação, as verbas para materiais, as turmas mais pequenas e as turmas com alunos com o mesmo nível de conhecimento.
Como consequência, duas professoras redigigiram, no final do ano lectivo, o Projecto da Matemática da Escola Secundária Nº 1 de Corroios, que procura responder àquela análise. Propuzeram-se, nos três anos seguintes, utilizar trabalho de projecto, de pesquisa e de grupo, visitas de estudo, comunicações orais e exposições, jogos educativos, materiais manipuláveis, máquinas de calcular e computadores com alunos, acompanhando-os ao longo do 3º Ciclo de escolaridade, separando para tal os “alunos com sucesso em Matemática” dos “alunos desde sempre desmotivados na Matemática (com repetências sucessivas na disciplina)”, para se poderem concentrar nestes últimos. Visavam desenvolver as suas “capacidades e atitudes”, de modo a que sejam eles a construir o “seu próprio saber”, ao seu “ritmo pessoal” e com “maior confiança em si próprios”.

Foram produzidos diversos tipos de certificados de participação para os 56 participantes neste Encontro (4 eram provenientes dos concelhos da Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra; e cerca de um terço animaram sessões de trabalho). Eis um desses certificados, produzido pelo Sérgio Valente:

De notar que a cercadura é constituída pelos primeiros N algarismos do Π

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A distribuição, por escola, dos professores participantes neste Encontro foi a seguinte: 5 professores de 3 Escolas Preparatórias (actualmente Básicas), 46 professores de 15 Escolas Secundárias (com 3º Ciclo e Secundário) e 4 professores da Faculdade de Ciências e Tecnologia. Dezanove escolas no total!

Fontes:
Pedro Esteves / Álbum de fotografias analógicas 1º Encontro do Núcleo da APM (F102: 13) / Arquivador analógico Núcleo APM Um (Doc.s 4 e 11) / Arquivador digital Tese de mestrado (4EXPR1, 4EXPR7 e 4EXPR16)
Documentos analógicos (1º Encontro Regional da APM)

[048] As minhas duas turmas do 8º ano em 1990-91

Memórias

O 8º F e o 8º I não eram exactamente uma recomposição das minhas três turmas do 7º ano em 1989-90, mas eram, maioritariamente, a sua continuação.
Eis a malta que as compunha: 






Tal como no ano anterior, fui experimentando com esta turma algumas das metodologias a propor no ano seguinte no projecto AlterMATivas. Mas nem tudo correu bem. O Ezequiel, do 8º I, mostrou-me um «cartão amarelo» no final de um teste sobre os «casos notáveis da multiplicação» e os «sistemas de equações». Foi no dia 26 de Novembro: no verso da folha de teste fez este desenho, em que figuramos os dois:


É claro que eu não pensei «aquilo» do Ezequiel … Mas deveria ter pensado alguma coisa sobre o meu próprio trabalho, pois dos 53 alunos que foram avaliados pelo menos uma vez ao longo do ano, 3 abandonaram, 15 reprovaram e apenas 35 transitaram (66 % dos 53 alunos)!

Comentários

Ainda antes do final do 3º período (no dia 4 de Junho) estas duas turmas (e também outras?) foram conviver para a Serra da Arrábida. Desta vez o passeio de autocarro não se limitou a ir até ao Portinho da Arrábida (ou à Praia da Figueirinha?), pois as fotografias que possuo foram tiradas à entrada do Castelo de Palmela:

8º F


8º I


Fontes: Pedro Esteves / Arquivador analógico ESJA Três (Doc.s 102, 103 e 104) / Álbum de fotografias analógicas ESJA Três (F102: 0A e 1A)

[047] O 2º Inter-escolas de Xadrez do Concelhos do Seixal

Memórias

Este 2º Interescolas de Xadrez foi disputado na Escola Preparatória Nº 1 de Vale de Romeira (actual António Augusto Louro) nos dias 13 e 14 de Abril de 1991 (um Sábado à tarde e um Domingo de manhã). Todas as categorias etárias jogaram num único torneio, disputado no sistema suíço, em 7 jornadas.

A organização esteve a cargo do professor Francisco Caetano, da escola anfitriã, com o apoio dos professores Emílio Quaresma (Escola Secundária da Amora) e Pedro Esteves (Escola Secundária Nº 1 do Seixal), e ainda de António Toscano (Centro de Actividades Sociais de Miratejo).

A partida que determinou o vencedor individual colocou frente a frente a Maria João Neves e o Ricardo Sousa:


O Ricardo concluiu o torneio só com vitórias, tendo a classificação geral sido a seguinte:

Ricardo Sousa (ES Amora)                                              7 pontos
Maria João Neves (ES Amora)                                        5,5
Rui Neves (ES Nº 1 Seixal)                                              5,5
José Carlos Lopes (ES Nº 1 Seixal)                                5
Nuno Geraldes (ES Amora)                                            5
Ricardo Roque (ES Nº 2 Seixal)                                     5
Peter Lavado (ES Amora), único sub 20                         4
José Galego (ES Nº 1 Seixal))                                         4
José Tavares (ES Nº 1 Seixal)                                         4
10º José Manuel (ES Nº 1 Seixal)                                         4
11º Alcino Romão (ES Nº 1 Seixal)                                     4
12º Pedro Sacramento (ES Nº 1 Seixal)                             4
13º Nuno Silva (ES Amora)                                                  4
14º Pedro Martins (EP Corroios), 1º Sun 12                       4
15º Márcia Rosendo (ES Nº 1 Seixal)                                 3,5
16º Nuno Costa (ES Amora)                                                3,5
17º Bruno Baptista (EP Nº 1 Vale Romeira)                       3,5
18º Fernando Lobinho (ES Nº 1 Seixal)                             3
19º Alexandre Pacheco (ES Nº 1 Seixal)                             3
20º Valter Barros (ES Amora)                                             3
21º Luís Estevens (ES Amora)                                             3
22º Hugo Diogo (EP Nº 1 Vale Romeira), sub 12                 3
23º Luís Martins (E Primária Nº 1 Miratejo), sub 12          2,5
24º Nuno Palha (ES Amora)                                                 2
25º João Vaz (ES Amora)                                                      2
26º Fábio Mascarenhas (EP Nº 1 Vale Romeira), sub 12    2
27º Rui Monteiro (ES Nº 1 Seixal)                                       2
28º Abdullah Seedat (EP Corroios), sub 12                         1,5

Colectivamente, a Escola Secundária da Amora ficou em primeiro lugar, seguindo-se a Escola Secundária Nº 1 do Seixal.

Eis uma fotografia dos participantes, sem distinção de escolas:


E esta foi a equipa da Escola Secundária Nº 1 do Seixal:

Da esquerda para a direita:
Rui Monteiro; Fernando Lobinho; Alcino Romão; José Carlos Lopes; Márcia Rosendo; Alexandre Pacheco;
José Tavares (mal se distingue); Pedro Sacramento; José Galego; José Manuel; e Rui Neves

Comentário

A Câmara Municipal do Seixal proporcionou transporte e prémios para os participantes neste interescolas. Tal como o voltaria a fazer em muitas outras iniciativas posteriores.

A Escola Secundária da Amora tinha desafiado a Nº 1 do Seixal para um match de Xadrez, por equipas, com 8 tabuleiros; dever-se-ia ter disputado uns dias antes do interescolas, no dia 10 de Abril, mas não encontrei os resultados desse encontro (se é que se disputou).

No início do ano tinha sido pensado, pelos organizadores do interescolas, organizar um «Intermunicípios de Xadrez»; mas este não chegou a ser realizado, certamente pelo trabalho excessivo que exigiria.

Fontes: Pedro Esteves / Arquivador analógico ESJA Três (Doc.s 119, 120 e 122) / Álbum de fotografias analógicas ESJA Três (F101: 15, 16 e 19)