Memórias
Há cerca de dez anos um grupo de professores e outros educadores iniciaram o esboço de um projecto de recolha das memórias ligadas à educação nos concelhos de Almada e Seixal. Inicialmente chegaram a reunir-se duas dezenas de interessados, mas, pouco a pouco, o grupo foi-se reduzindo, destacando-se entre os resistentes o Antão Vinagre, o Carlos Abreu, o Joaquim Guerreiro e o Pedro Esteves.
Em 2016 o projecto foi interrompido, tendo sido retomado no final de 2024.
Em vez de um grande encontro» optou-se agora por organizar vários «pequenos encontros», cada qual com a duração máxima de um dia, de modo a que no espaço «entre-encontros» pudéssemos ir mobilizando mais testemunhantes e garantir-lhes tempo para preparar os respectivos testemunhos.
O 1º destes encontros foi realizado no passado dia 14 de Novembro, na Escola Básica de Vale de Milhaços, tendo sido constituído por três intervenções, seguidas de debate e acrescentadas com uma conversa final. As actas, bem como outros documentos relacionados com este encontro, estão acessíveis através do link referido no final desta mensagem.
O Manuel Lima contou como, ao longo de vários anos, na Escola Secundária João de Barros, com os seus alunos, foi «salvando pedras» que contavam partes da história do concelho do Seixal:
O Joaquim Guerreiro testemunhou o modo como experimentou, na Escola Básica António Augusto Louro, a metodologia do Movimento de Escola Moderna (MEM) com as suas turmas:
E a Lídia Matias descreveu o que fez para, ao longo de mais de trinta anos, ir mantendo e melhorando a Ludoteca da Escola Básica de Vale de Milhaços:
O 2º Encontro «Educação e Memórias: Almada e
Seixal» será realizado no dia 29 de Janeiro, na mesma escola.
Comentários
Como participante neste encontro, gostaria de destacar cinco das questões em que
ele me fez pensar:
(1) a dada altura o Manuel Lima lembrou que a preocupação em salvaguardar
vestígios materiais do património local havia sido aprendida no Ecomuseu
Municipal do Seixal, onde ele já trabalhara - não
deveriam os professores envolver-se em muitas experiências exteriores às
escolas de modo a terem uma compreensão mais vasta das potencialidades
educativas que se lhes deparam?
(2) o Joaquim Guerreiro, quando decidiu inspirar-se na metodologia do MEM, alterou
radicalmente a sua forma de ensinar – não terão os
professores falta de contactos associativos frequentes, capazes de lhes trazerem
inspirações transformadoras?
(3) a Lídia Matias iniciou a Ludoteca da sua escola com o apoio do
associativismo, mas depois fez um longo percurso sem dispor de quaisquer apoios
– não mereceriam as experiências de longa duração de
uns professores ser aproveitadas por outros?
(4) estas três histórias tiveram, sem excepção, uma forte (ou até exclusiva) componente
extracurricular, o que agradou bastante aos participantes nos respectivos
debates – não andaremos a deixar-nos fechar
demasiado nas prescrições curriculares?
(5) enquanto professor fui múltiplas vezes abordado para ajudar a encontrar
colegas que respondessem a inquéritos destinados a teses de mestrado, mas nunca
os resultados dessas teses chegaram à minha escola – não
deverão ser os professores (ou outros profissionais) a recolher, a debater e a
organizar as suas próprias memórias?
Fontes: arquivos digitais de Pedro Esteves, pasta «Educação
e Memórias: Almada e Seixal», ficheiro 1º
Encontro (e) Actas
Link para download da documentação relacionada com o 1º encontro: https://www.dropbox.com/scl/fo/62a158ffpjbinmq5eu0yz/AOqzXqnvT3n8qkEyiRiRAk0?rlkey=fq90xev8duxtek4q28qikxo9n&st=h1d712nw&dl=0
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