Mini estudo de caso
Nos testemunhos «058», «079», «095» e «096» fiz
o balanço dos projectos de escola e interescolas de que registei a existência
no âmbito da minha tese de mestrado, por terem estado ou ainda estarem, no
final de 1995-96, ligados ao ensino e aprendizagem da Matemática nos concelhos de
Almada e Seixal.
Esses projectos interescolas articularam vários projectos de escola já
pré-existentes e inspiraram novos projectos. Todos eles, mais alguns outros
projectos que se desenvolveram independentemente, foram divulgados, pelos
professores que os animaram, através dos encontros organizados anualmente pelo
Núcleo Regional da APM. Nenhum destes projectos esteve, portanto, isolado,
formando aquilo a que se pode chamar uma «rede».
A rede de
projectos
Os projectos interescolas foram três, tendo sido descritos em anteriores
testemunhos publicados neste blogue: o AlterMATivas (curricular), o MATlab
(extracurricuar) e o InterMAT (curricular e extracurricular). No cronograma
seguinte estão assinalados os anos lectivos em que as escolas que nele são referidas
tiveram pelo menos um professor envolvido num dos projectos interescolas (com a
cor vermelha no caso de ele ser curricular e com a cor verde no caso de ele ser
extracurricular; se esse envolvimento correspondeu à participação na autoria
formal do projecto, essa cor inclui um «A»). Nos casos em que uma escola teve,
simultaneamente, outros projectos ligados à Matemática, esse outro facto não é
assinalado. Estão ainda assinalados os anos em que uma escola, não tendo
professores envolvidos em projectos interescolas, teve projectos ligados à
Matemática (as suas cores mantém-se mas são mais claras).
É visível neste cronograma o grande aumento das iniciativas conhecidas que surgiram após 1989-90, ano em que foi fundado o Núcleo da A. P. M. em Almada e Seixal; é portanto plausível que o associativismo tenha estado associado a esta expansão dos projectos relacionados com a Matemática, nomeadamente através dos interescolas. No entanto, é preciso admitir que possam ter ficado por conhecer outros projectos, sobretudo os realizados na década de 1980 (há diversos indícios deles noutros testemunhos já publicados neste blogue).
É ainda visível neste cronograma que a maior parte das iniciativas
recenseadas se situou no campo extracurricular, abrangendo alunos do 2º e do 3º
Ciclos e do Secundário, com a maioria das escolas ligadas através dos projectos
interescolas; e que as iniciativas curriculares, de escola ou interescolas, se
verificaram quase exclusivamente nas escolas com 3º Ciclo e Secundário.
A divulgação
e a formação
As intervenções públicas dos professores que leccionavam Matemática nos
concelhos de Almada e Seixal iniciaram-se, tal como as recenseei, na década de
1980. Mas só a partir de 1990-91, com a realização do primeiro Encontro
Regional, elas começaram a ser dirigidas para os professores locais,
mantendo-se as que visavam os professores de outras paragens. Assim, procedo a
duas distinções: entre intervenções de «divulgação» (D) dos projectos em curso
nos concelhos de Almada e Seixal e de «formação» (F), ou seja, de todas as
outras; e entre intervenções «internas» (I), se dirigidas a professores de
Almada e Seixal, e intervenções «externas» (E), se dirigidas a colegas de
várias regiões (nomeadamente nos ProfMat, os encontros nacionais de professores
de Matemática).
A lista que se segue inclui todas as intervenções recenseadas, até ao final do ano
de 1995-96, tenham elas estado ou não associadas a projectos concebidos e
implementados regionalmente.
Por ordem tanto quanto possível cronológica:
ProfMat, Bragança (1987)
Comunicação (FE): ATITUDES DOS ALUNOS
FACE À RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: INFLUÊNCIA DO TIPO E DA FORMA DO PROBLEMA, por
Dora Almeida (aluna na FCL)
ProfMat, Porto (1988)
Comunicação (FE): QUE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES?, por Diamantina Carmona e Margarida Junqueira (Projecto Minerva,
FCT da UNL)
ProfMat, Viana do Castelo (1989)
Sessão Prática (FE): TRABALHO DE
PROJECTO E O LOGO, por Sérgio Valente (ES Anselmo de Andrade) e Margarida
Junqueira (Projecto Minerva, FCT da UNL)
ProfMat, Caldas da Rainha (1990)
Comunicação (FE): A MÁQUINA DE
CALCULAR NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO 1º CICLO, por Manuel Figueiredo (Escola
Preparatória Nº 1 de Miratejo)
Comunicação (FE): EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO: UM SEMINÁRIO PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES, por Margarida
Junqueira (Projecto Minerva, FCT da UNL)
Contributo para (FE) a FEIRA DE
IDEIAS E MATERIAIS, por Ana Paula (ES Anselmo de Andrade), Mirita Sousa e
Fernanda M. Paula (em escolas não identificadas)
1º Encontro Regional (Julho 1991)
Relato e debate (DI): O PROJECTO
ALTERMATIVAS, por Ana Cristina Fonseca (ES Cacilhas), Filomena Teles (ES
Anselmo de Andrade), José Tomás (ES Francisco Simões), Palmira Barroso (ES Ruy
Luís Gomes), Pedro Esteves (ES José Afonso) e Rita Vieira (ES Emídio Navarro)
Relato e debate (DI): A VIAGEM NUM
MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO (DE ERATÓSTENES A PEDRO NUNES), por Cristina Neto, Joana
Guerreiro e Patrícia Cascais (ES Anselmo de Andrade)
Relato e debate (DI): UM VERDADEIRO MOVIMENTO,
por Cremilde Ribeiro e Margarida Junqueira (Projecto Minerva, FCT da UNL)
Relato e debate (DI): NOVAS
TECNOLOGIAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA (11º ANO), por Sérgio Valente (ES Anselmo
de Andrade)
Sessão prática (FI): O VALOR
EDUCATIVO DO PROBLEMA EM MATEMÁTICA, por Ana Boavida e José Manuel Matos (FCT
da UNL)
Relato e debate (DI): MAIS UMA
PROPOSTA PARA O SUCESSO, por Ana Paula Aguilar, Francisca Angelino, Maria
Gardete, Maria do Rosário Figueiredo, Palmira Barroso e Regina Caeiro (EBS Ruy
Luís Gomes)
Relato e debate (DI): O CLUBE DE
MATEMÁTICA, por Ana Paula Natal e Lídia Lourenço (ES Anselmo de Andrade)
Relato e debate (DI): O PROJECTO DA
MATEMÁTICA DA ESCOLA SECUNDÁRIA Nº 1 DE CORROIOS, por Doroteia Costa e Mirita
Sousa (ES Nº 1 de Corroios)
ProfMat, Porto (1991)
Sessão Plenária (FE): APÓS O
OBJECTIVISMO: QUE MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA?, por José Manuel Matos (FCT
da UNL)
Comunicação (FE): FORMAÇÃO DE
PROFESSORES NA ESCOLA E/OU PARA A ESCOLA?, por Diamantina Carmona (FCT da UNL)
e Evangelina Nobre (ES Alfredo da Silva)
A Matemática à Conversa, série de
debates na A.P.M. (Maio 1992)
Debate (FE): 20 HIPÓTESES PARA 3
ESPAÇOS, por Pedro Esteves (ES José Afonso), Rita Vieira (ES Emídio Navarro) e
Teresa Nascimento (EB Comandante Conceição e Silva)
Novas Perspectivas de Ensino-Aprendizagem da
Matemática, seminário da U. Minho em Vila Nova de Famalicão (Junho 1992)
Relato (DE): APRESENTAÇÃO DO PROJECTO
ALTERMATIVAS, por Pedro Esteves (ES José Afonso) e Rita Vieira (ES Emídio
Navarro)
Encontro CAL de Almada (Julho 1992)
Comunicação (DE): MATEMÁTICA –
DESCOBRIR A GEOMETRIA COM “LE GÉOMETRE”, por Ana Teresa Alves e Palmira Barroso
(EBS Ruy Luís Gomes)
Comunicação (DE): GRÁFICOS DE ALGUNS
FENÓMENOS, por Rita Vieira (ES Emídio Navarro)
2º Encontro Regional (Julho 1992)
Relato (DI): PROJECTO DE MATEMÁTICA
DA ESC. SEC. Nº 1 DE CORROIOS, por Doroteia Costa e Mirita Sousa (ES João de
Barros)
Relato (DI): PROJECTO MATLAB, por
Pedro Esteves (ES José Afonso)
Relato (DI): CLUBE DE JOGOS
MATEMÁTICOS / ESC. PREP. CORROIOS, por Fernanda Coelho (EB Corroios)
Sessão prática (FI): AULA
INTERDISCIPLINAR, por Luísa Lopes e Sérgio Valente (ES Anselmo de Andrade)
Sessão prática (FI): DESCOBRIR A
GEOMETRIA COM O CABRI-GEOMÈTRE, por Ana Teresa Mateus e Palmira Barroso (EBS
Ruy Luís Gomes) e Margarida Junqueira (Projecto Minerva, FCT da UNL)
Sessão prática (FI): JOGOS,
GEOPLANOS, PUZZLES, ETC., por Fernanda Coelho, Gastão Cristelo e Isabel Gameiro
(EB Corroios) e Teresa Nascimento (EB Comandante Conceição e Silva)
Sessão prática (FI): GRÁFICOS, por
Pedro Esteves (ES José Afonso)
ProfMat, Viseu (Novembro 1992)
Sessão Temática (FE): GEOMETRIA E
VISUALIZAÇÃO, por José Manuel Matos (FCT da UNL) e Maria de Fátima Gordo (ESE
de Setúbal)
Sessão prática (FE): LABORATÓRIO DE
MATEMÁTICA: DAS EXPLORAÇÕES ÀS ELABORAÇÕES, por José Tomás (EBS Ruy Luís Gomes),
Pedro Esteves (ES José Afonso), Rita Vieira (ES Emídio Navarro) e Teresa
Nascimento (EB Comandante Conceição e Silva)
Grupo de Trabalho (FE): GEOMETRIA NO
3º CICLO, por Diamantina Carmona (FCT da UNL), Fátima Gordo (ESE de Setúbal) e
Margarida Junqueira (Projecto Minerva da FCT da UNL)
Sessão prática (FE): A MATEMÁTICA E
OS DESCOBRIMENTOS, por Patrícia Cascais (ES Francisco Simões)
Sessão prática (FE): THALES – UMA
FERRAMENTA EXPLORATÓRIA PAR A APRENDIZAGEM DA TRIGONOMETRIA, por Margarida
Junqueira (projecto Minerva da FCT da UNL) e Sérgio Valente (ES Anselmo de
Andrade)
Comunicação Oral (FE): CONTRIBUTO
PARA A GESTÃO DO PARADOXO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: O CASO Ö2,
por Ana Luísa Paiva (ES Padre António Vieira) e António Jorge Andrade (FCT da
UNL)
1º Encontro Regional do Núcleo A.P.M. de
Coimbra (Abril 1993)
Sessão prática (FE): (título não
encontrado), por Pedro Esteves (ES José Afonso)
Grupo de Trabalho 5º / 7º anos, Núcleo
Almada-Seixal (ao longo de 1992-93)
Sessões práticas (FI): MATERIAIS /
CALCULADORAS / AVALIAÇÃO / PROPORCIONALIDADE DIRECTA / SEMELHANÇAS / Z & Q
/ ESTATÍSTICA, por Ana Baltazar (ES Manuel Cargaleiro), Ana Mota (ES Emídio
Navarro), Arminda Chambre e José Tomás (EBS Ruy Luís Gomes), Fernanda
Albuquerque (escola não identificada), Patrícia Cascais (ES Francisco Simões) e
Pedro Esteves (ES José Afonso)
Projecto AlterMATivas (algures em 1992-93)
Debate (FI): FUNÇÕES, por Pedro
Esteves (ES José Afonso)
3º Encontro Regional (Julho 1993)
Painel (FI): AS FORMAS DA REFORMA,
com Ana Paula Natal (ES Anselmo de Andrade), Dora Almeida (ES Monte da
Caparica) e Pedro Esteves (ES José Afonso)
Sessão prática (FI): O JOGO: QUE
MOTIVAÇÕES?, por José Tomás (EBS Ruy Luís Gomes), Pedro Esteves (ES José
Afonso) e Rita Vieira (ES Emídio Navarro)
Sessão prática (FI): FUNÇÕES COM
CALCULADORAS GRÁFICAS, por Helder Martins e Maria da Luz Duarte (escola não
identificada)
Sessão prática (FI): MODELAÇÃO EM
MATEMÁTICA, por António Domingos e José Manuel Matos (FCT da UNL)
Sessão prática (FI): PROPOR DESAFIOS,
ESTIMULAR PESQUISAS, por José Tomás (EBS Ruy Luís Gomes), Pedro Esteves (ES
José Afonso) e Rita Vieira (ES Emídio Navarro)
Relato (DI): PROJECTO INTERMAT, por
Filomena Teles (ES Anselmo de Andrade)
Sessão prática (FI): O SENTIDO
PESSOAL E SOCIAL DA MATEMÁTICA, por Ana Maria Boavida e José Manuel Matos (FCT
da UNL)
Debate (FI): A A.P.M. E A FORMAÇÃO DE
PROFESSORES, com Filomena Teles (ES Anselmo de Andrade) e José Tomás (EBS Ruy
Luís Gomes)
ProfMat, Ponta Delgada (Outubro 1993)
Comunicação oral (DE): A MATEMÁTICA,
NAS MARGENS DO CURRÍCULO, por Pedro Esteves (ES José Afonso), Rita Vieira (ES
Emídio Navarro) e Teresa Nascimento (EB Comandante Conceição e Silva)
Painel (FE): A PLURALIDADE EDUCATIVA:
NA SALA DE AULA, NOS PROGRAMAS, NOS PERCURSOS INDIVIDUAIS, com José Manuel
Duarte (ES Parede), Julio Mosquera (U Central da Venezuela), Lina Vicente (ES
Pedro de Santarém), Paulo Abrantes e Pedro Esteves (ES José Afonso)
Grupo de Discussão (FE): REFLEXÕES
SOBRE O NOVO PROGRAMA DE MATEMÁTICA DO 10º ANO, por Ana Vieira Lopes (ES
Restelo) e Maria João Lagarto (ES do Monte da Caparica)
Grupo extracurricular do Projecto
InterMAT (ao longo de 1993-94)
Sessões práticas (FI): JOGOS &
PUZZLES / OFICINA DE MATERIAIS / ORGANIZAÇÃO DE COMPETIÇÕES / ACTIVIDADES DE
APROFUNDAMENTO NUMA LUDOTECA / COMPLEMENTOS CURRICULARES / LABORATÓRIO DE
MATEMÁTICA / DOBRAGENS COM PAPEL, por Ana Mota e Rita Vieira (ES Emídio
Navarro), Ana Paula Filipe e Celeste Ganço (EB Amora), Filomena Teles (ES
Anselmo de Andrade), Gastão Cristelo (EB Corroios), Fernando Camejo (ES António
Gedeão), José Tomás (EBS Ruy Luís Gomes), Lídia Matias (EB Vale de Milhaços),
Patrícia Cascais (ES Francisco Simões), Pedro Esteves (ES José Afonso) e Teresa
Nascimento (EB Comandante Conceição e Silva)
ESEMAT, ESE de Lisboa (Abril 1994)
Comunicação oral (FE): A MATEMÁTICA,
NAS MARGENS DO CURRÍCULO, por Pedro Esteves (ES José Afonso) e Teresa
Nascimento (EB Comandante Conceição e Silva)
Projectos e Formação: Acção, Reflexão e
Matemática, seminário do Centro de Formação da APM (ao longo de 1993-94)
Relato (DE): INTERMAT, por Filomena
Teles (ES Anselmo de Andrade)
4º Encontro Regional (Julho 1994)
Sessão prática (FI): PROBABILIDADES
NO ENSINO SECUNDÁRIO, por Margarida Junqueira (Projecto Minerva da FCT da UNL)
e Sérgio Valente (ES Anselmo de Andrade)
Sessão prática (FI): LABORATÓRIO DE
MATEMÁTICA, por Ana Mota (ES Emídio Navarro), Patrícia Cascais (ES Francisco
Simões) e Pedro Esteves (ES José Afonso)
Sessão prática (FI):
INTERDISCIPLINARIDADE FÍSICA / MATEMÁTICA, por Ângela Queiroz, Isabel Barrau, Manuela
Cruz e Vera Figueiredo (ES Anselmo de Andrade)
Sessão prática (FI): ACTIVIDADES EM
GEOMETRIA, por Conceição Tomás e Filomena Teles (ES Anselmo de Andrade)
Conferência (FI): MATEMÁTICA, CULTURA
E EDUCAÇÃO, por Ana Maria Boavida e José Manuel Matos (FCT da UNL)
ProfMat, Leiria (Novembro 1994)
Curso (FE): MATERIAIS MANIPULÁVEIS NO
3º CICLO, por Patrícia Cascais (ES Francisco Simões), Pedro Esteves (ES José
Afonso), Rita Vieira (ES Emídio Navarro) e Teresa Nascimento (EB Comandante
Conceição e Silva)
Conferência (FE): APRENDIZAGENS DE
MATEMÁTICA, OU DE QUE SÃO FEITOS OS CONCEITOS MATEMÁTICOS?, por José Manuel
Matos (FCT da UNL)
Relato (DE): LUDOTECAS, CLUBES E
LABORATÓRIOS DE MATEMÁTICA, por Pedro Esteves (ES José Afonso)
Conferência (FE): PROJECTOS E
FORMAÇÃO, por Albano Silva (ESE de Portalegre), Cristina Loureiro (ESE de
Lisboa) e Pedro Esteves (ES José Afonso)
Comunicação Oral (DE): CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS
EM AMBIENTES COMPUTACIONAIS DINÂMICOS: UMA EXPERIÊNCIA NO 9º ANO, por Margarida
Junqueira (ES S. João do Estoril)
Projecto MATlab (ao longo de 1994-95)
Sessões práticas (FI): TEOREMA DAS 4
CORES / TEOREMA DE PITÁGORAS / MAGIAS COM MATEMÁTICA / TORRE DE HANÓI / TEORIA
DOS JOGOS, por Ana Mota e Rita Vieira (ES Emídio Navarro) e Pedro Esteves (ES
José Afonso)
5º Encontro Regional (Julho 1995)
Conferência (FI): DE QUE É FEITA A
APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA?, por José Manuel Matos (FCT da UNL)
Sessão prática (FI): EXPLORAÇÕES
MATEMÁTICAS: TEOREMA DE PITÁGORAS & TEOREMA DAS QUATRO CORES, por Ana Mota e
Rita Vieira (ES Emídio Navarro) e Pedro Esteves (ES José Afonso)
Conferência (FI): OS FRACTAIS E A
NATUREZA, por Manuel Esquível (FCT da UNL)
Sessão prática (FI): A APRENDIZAGEM
DO CONCEITO DE FUNÇÃO COM RECURSO A FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS, por António
Domingos (FCT da UNL) e Maria Violante Mestre (ES Bocage)
Sessão prática (FI): GEOMETRIA NO
ENSINO SECUNDÁRIO, por Margarida Junqueira (ES S. João do Estoril) e Sérgio
Valente (ES Anselmo de Andrade)
Mesa redonda (FI): ENSINO DA
MATEMÁTICA: REFLEXÕES SOBRE O FIM DE UM CICLO, com Fernando Camejo (ES António
Gedeão), Gastão Cristelo (EB Corroios), Patrícia Cascais (ES Francisco Simões)
e Pedro Esteves (ES José Afonso)
ProfMat, Évora (Novembro 1995)
Grupo Temático (FE): A REFORMA, A
MATEMÁTICA E O 3º CICLO, por Ana Mota e Rita Vieira (ES Emídio Navarro), Pedro
Esteves (ES José Afonso) e Teresa Nascimento (EB Comandante Conceição e Silva)
Conferência (FE): CONJECTURA, PROVA,
GEOMETRIA E COMPUTADORES: COMO INTERLIGAR?, por Margarida Junqueira (Projecto
Minerva, FCT da UNL)
4º Encontro Regional de Viseu (Março
1996)
Sessão Prática (FE): CLUBES,
LUDOTECAS E LABORATÓRIOS DE MATEMÁTICA, por Ana Mota e Rita Vieira (ES Emídio
Navarro), Pedro Esteves (ES José Afonso) e Teresa Nascimento (EB Comandante
Conceição e Silva)
6º Encontro Regional (Julho 1996)
Grupo de Trabalho (FI): SITUAÇÕES
PROBLEMÁTICAS EM GEOMETRIA – BREVE INTRODUÇÃO AO CABRI-GÉOMÈTRE, por Ana Baltazar
(ES Manuel Cargaleiro) e Sérgio Valente (ES Anselmo de Andrade)
Sessão Prática (FI): A HISTÓRIA DA
MATEMÁTICA NA SALA DE AULA, Isabel Cristina Dias (escola não identificada) e
Maria João Lagarto (ES do Monte da Caparica)
Sessão Prática (FI): O COMPUTADOR E
OS JOGOS EDUCATIVOS EM MATEMÁTICA O 1º CICLO, por Conceição Patrício e Sara
Cacela (escolas não identificadas)
Esta lista inclui 89 intervenções, realizadas ao longo de nove anos lectivos,
ou seja, uma média de quase 10 intervenções por ano.
Destas intervenções, 37 foram realizadas em 5 Encontros Regionais (média
superior a 7 por encontro), 24 em 9 ProfMats (média entre 2 e 3 por ProfMat) e
28 em outros tipos de encontro, tendo a sua disribuição por ano lectivo sido
esta:
Conforme o seu tipo, essas intervenções distribuiram-se assim:
A maioria destas intervenções teve carácter «interno» (DI + FI).
A «divulgação» começou por ser «interna» (DI), passando gradualmente a ser «externa» (DE).
E a grande maioria foi «formação» (FI + FE), embora em boa parte baseada na experiência dos projectos regionais.
Foram quatro os anos lectivos em que o número destas intervenções mais se destacou: 1991-95, com um ponto alto em 1992-93.
A escrita
As intervenções dos professores que leccionaram Matemática nos concelhos de Almada e Seixal não se limitaram a ser «ao vivo», tenham elas, depois, sido ou não registadas numa «acta». Alguns destes professores também escreveram para revistas, nomeadamente para a «Educação e Matemática» da APM. Mas esses escritos nunca visaram divulgar projectos por eles implementados (embora, também nestes casos, alguns se tenham neles inspirado): a decisão de os escrever terá sobretudo resultado de aprendizagens pessoais não limitadas pelas preocupações com as aplicações profissionais. No entanto, para compreender a relação entre as dinâmicas individuais e as colectivas nesta região, também é importante considerar estas intervenções.
Os artigos que recenseei foram os seguintes:
Ensino da Matemática nos Anos 80 (1982)
ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA GEOMETRIA, por José Manuel Leonardo de Matos (ES Nº 2 de Beja), Maria Clara Duarte Leite de Almeida e Maria Luísa Sequeira Carvalho Teixeira (ES Linda-a-Velha)
PROFMAT
Nº 1 (1985): MATERIAIS MANIPULATIVOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA, por Domingos Fernandes (ESE de Viana do Castelo), Cecília Monteiro (ESE de Lisboa), Henrique Guimarães (FC da UL) e José Manuel Matos (ESE de Santarém)
Nº 1 (1985): A EXPANSÃO DOS COMPUTADORES NO ENSINO E A FORMAÇÃO, por Gertrudes Amaro (ESE de Beja) e José Manuel Matos (ESE de Santarém)
Nº 1 (1985): OS CONCEITOS DE GEOMETRIA DOS FUTUROS PROFESSORES PRIMÁRIOS E EDUCADORES DE INFÂNCIA, por José Manuel Matos (ESE de Santarém)
Educação e Matemática
Nº 5 (1988): A TRAVESSIA DO DESERTO E AS SUCESSÕES, por Ana Baltazar (ES Maria Amália Vaz de Carvalho)
Nº 6 (1988): UM EXEMPLO DE DIDÁCTICA DA GEOMETRIA, por José Manuel Matos (FCT da UNL)
Nº 7 (1988): A DANÇA DAS CIRCUNFERÊNCIAS, por Ana Paula Natal (na ES Maria Amália Vaz de Carvalho)
Nº 7 (1988): contributo para PROBLEMAS / IDEIAS / SUGESTÕES, por Ana Paula Natal e Maria de Jesus Bicho (ES Maria Amália Vaz de Carvalho)
Nº 11 (1989): TRIGONOMETRIA ... COM UM POUCO DE SORTE!, por Ana Baltazar (na EBS Ruy Luís Gomes) e Fátima Delgado (na ES Anselmo de Andrade)
Nº 11 (1989): LOGO.MAT, por Margarida Junqueira (Projecto Minerva, FCT da UNL) e Sérgio Valente (ES Anselmo de Andrade)
Nº 11 (1989): VAMOS JOGAR, por José Paulo Viana (ES Marquês de Pombal), Paula Teixeira (escola não identificada) e Rita Vieira (ES Emídio Navarro)
Nº 12 (1989): VAMOS JOGAR, por José Paulo Viana (ES Marquês de Pombal), Paula Teixeira (escola não identificada) e Rita Vieira (ES Emídio Navarro)
Nº 13 (1990): QUE PAPEL PARA OS MANUAIS ESCOLARES? UMA SONDAGEM JUNTO DOS AUTORES, por Henrique Guimarães (FC da UL) e Pedro Esteves (ES José Afonso)
Nº 13 (1990): MATERIAIS PARA A AULA DE MATEMÁTICA, por Ana Paula Natal (ES Anselmo de Andrade)
Nº 13 (1990): CONSTRUA VOCÊ MESMO, por José Paulo Viana (ES Marquês de Pombal), Paula Teixeira (escola não identificada) e Rita Vieira (ES Emídio Navarro)
Nº 13 (1990): VAMOS JOGAR, por José Paulo Viana (ES Marquês de Pombal), Paula Teixeira (escola não identificada) e Rita Vieira (ES Emídio Navarro)
Nº 14 (1990): LOGO.MAT, por Margarida Junqueira (Projecto Minerva, FCT da UNL) e Sérgio Valente (ES Anselmo de Andrade)
Nº 14 (1990): VAMOS JOGAR, por José Paulo Viana (ES Marquês de Pombal), Paula Teixeira (escola não identificada) e Rita Vieira (ES Emídio Navarro)
Nº 15 (1990): O PROBLEMA DO PROFMAT 90, por Pedro Esteves (ES José Afonso)
Nº 15 (1990): VAMOS JOGAR, por José Paulo Viana (ES Marquês de Pombal), Paula Teixeira (escola não identificada) e Rita Vieira (ES Emídio Navarro)
Nº17 (1991): MVT-CO: OUTRA FORMA DE, A BRINCAR, DESCOBRIR A MATEMÁTICA, por Margarida Junqueira (Projecto Minerva da FCT da UNL) e Maria de Lourdes Fernandes (ES Parede)
Nº 19-20 (1991): A PRETEXTO DA REFORMA, por Henrique Guimarães (FA da UL) e José Manuel Matos (FCT da UNL)
Nº 19-20 (1991): OPINIÕES SOBRE OS NOVOS PROGRAMAS. UMA SONDAGEM AOS PARTICIPANTES NO PROFMAT 91, por Henrique Guimarães (FA da UL) e José Manuel Matos (FCT da UNL)
Nº 21 (1992): HEX DA MULTIPLICAÇÃO, pelo projecto AlterMATivas, com um contributo da NCTM
Nº 23 (1992): PERSPECTIVAS INTERDISCIPLINARES EM FÍSICA E MATEMÁTICA, por Cremilde Ribeiro e Margarida Junqueira (Projecto Minerva, FCT da UNL)
Nº 24 (1992): IMPRESSÕES DE UM PROFMAT, por Pedro Esteves (ES José Afonso)
Nº 26 (1993): VISUALIZAÇÃO ESPACIAL: ALGUMAS ACTIVIDADES, por Fátima Gordo (ESE de Setúbal) e José Manuel Matos (FCT da UNL)
Nº 27 (1993): ESTUDANDO JUROS EM DIVERSOS MOMENTOS DA HISTÓRIA, por José Manuel Matos (FCT da UNL)
Nº 27 (1993): HISTÓRIA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: MODA OU NECESSIDADE?, por Ana Vieira (escola não identificada), Eduardo Veloso (instituição não identificada) e José Manuel Matos (FCT da UNL)
Nº 31 (1994): PROFISSÃO: PROFESSOR DE MATEMÁTICA, por José Manuel Matos (FCT da UNL)
Nº 33 (1995): DIRK STRUIK FEZ 100 ANOS!, por Maria João Lagarto (ES do Monte da Caparica)
Nº 39 (1996): DESCOBRIR SEGREDOS NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, UM MODO AGRADÁVEL DE PASSAR A TARDE!, por Margarida Junqueira (ES S. João do Estoril)
Estes 33 escritos distribuiram-se assim ao longo dos anos lectivos em que foram publicados (excepto os 4 primeiros, todos os outros foram-no na revista «Educação e Matemática»):
Os anos em que estes escritos ocorreram em maior número
foram seis: 1988-93, ou seja, começaram mais cedo que as intervenções «ao vivo»
e abrandaram, sensivelmente, pela mesma altura (os números da revista «Educação
e Matemática», nestes anos, eram publicados com alguma atraso).
Comentários
Na primeira metade da década de 1990 muitos professores descreveram as suas intervenções
escolares como «projecto», designando também desta forma outras iniciativas que
haviam tomado na década anterior. Isso é perceptível no modo como o José Tomás,
a Filomena
Teles e a Rita Vieira, na transição para a segunda
metade dos anos 90, se referiram ao que haviam feito e visto fazer nas suas
escolas (reler, respectivamente, os testemunhos «050», «060» e «068»).
Na base dos «projectos» estão os seus «autores» (os que o conceberam) e os seus «actores»
(os que os implementaram), papéis que sempre coincidiram nos casos a que me
referi acima (tratando-se dos projectos colectivos, verificaram-se diferentes graus
de participação).
Mas os «projectos» também podem ter «vozes», ou seja, quem os divulgue, ou quem
divulgue aquilo para que eles foram inspiração; e há, ainda, «vozes» que se
fazem ouvir sem que tenham como origem um «projecto». Acima, as primeiras «vozes»
estão sobretudo agrupadas na segunda parte deste testemunho (a «divulgação e a formação»)
e as segundas na terceira parte (a «escrita»).
As «vozes» que divulgaram os projectos, ao expressarem o que se fez, ou o que
mais se aprendeu com o que se fez, ensaiaram a «compreensão» daquilo sobre que
falaram; e, potencialmente, ajudaram a que outros professores se tornassem
«autores e actores» de futuros projectos. Assim, estas «vozes» parecem-me terem
sido o aspecto decisivo dos «projectos», sendo a sua expressão um primeiro
passo para uma visão mais profunda sobre a profissão docente.
Já a «escrita» destinada a ser publicada em revistas, e que agrupei na terceira
parte deste testemunho, se configura como tendo sido, mais frequentemente, a
expressão de percursos mais individuais, mais afastados do núcleo central da
profissão docente, embora também a enriquecendo.
Foram estas 54 as «vozes», referidas acima, que intervieram em encontros do
associativismo dos professores de Matemática (na condição de terem leccionado
Matemática, ou outra disciplina, nos concelhos de Almada e Seixal):
Ana Baltazar,
Ana Boavida,
Ana Cristina
Fonseca, Ana Mota, Ana Paula, Ana Paula Aguilar, Ana Paula
Filipe, Ana Paula Natal, Ana Teresa Alves, Ana Teresa
Mateus, Ângela Queiroz, Arminda Chambre, António
Domingos, António Jorge Andrade, Celeste Ganço, Conceição
Patrício, Cremilde Ribeiro, Cristina Neto, Diamantina
Carmona, Dora Almeida, Doroteia Costa, Fernanda
Albuquerque, Fernanda Coelho, Fernando Camejo, Filomena Teles,
Francisca
Angelino, Gastão Cristelo, Helder Martins, Joana Guerreiro,
José Manuel
Matos, José Tomás, Isabel Barrau, Isabel Gameiro,
Lídia
Lourenço, Lídia Matias, Luisa Lopes, Manuel Esquível,
Manuel
Figueiredo, Manuela Cruz, Margarida Junqueira, Maria Gardete,
Maria João
Lagarto, Maria da Luz Duarte, Maria do Rosário Figueiredo, Mirita Sousa,
Palmira
Barroso, Patrícia Cascais, Pedro Esteves, Regina Caeiro,
Rita Vieira,
Sara Cacela,
Sérgio
Valente, Teresa Nascimento e Vera Figueiredo.
E foram estas as 11 «vozes» que se expressaram publicamente através de revistas
ligadas ao ensino da Matemática (apenas 2 não figuram na anterior lista):
Ana Baltazar,
Ana Paula
Natal, Cremilde Ribeiro, Fátima Delgado, José Manuel Matos,
Margarida
Junqueira, Maria João Lagarto, Maria Luísa Teixeira, Pedro Esteves,
Rita Vieira
e Sérgio
Valente.
Para entender a dinâmica (interna e externa) desta rede de projectos, é
necessário continuar observação do que lhe sucedeu nos anos lectivos seguintes.
No entanto, três problemas longitudinais se podem colocar desde já aos
«projectos» (não à sua «rede»):
(1º) Nalgumas ocasiões do projecto AlterMATivas (interescolas) sentiu-se que a
existência de um planeamento introduziu uma «rigidez» na actuação dos
professores envolvidos. Então, como flexibilizar os objectivos e os processos
dos «projectos» para que tal não aconteça?
(2º) O contexto de alguns dos projectos de escola foi-lhes fortemente desfavorável;
o José Tomás (no testemunho «093») chegou a afirmar que as escolas são “instituições
anti-projecto”; mas, nos anos 90, investigadores como Rui Canário esperavam que
as escolas se organizassem em torno dos «projectos» (outros, como José Alberto
Correia e Stephen Stoer, eram mais comedidos sobre isso). Então, como reforçar
as defesas dos «projectos de escola», sem lhes fazer perder as suas
potencialidades de aí inspirarem iniciativas semelhantes?
(3º) A subtil hierarquização introduzida pelos concursos que apoiam financeiramente
os projectos é uma das origens (ou até a única) para a rigidez da sua implementação.
Haverá alternativa a esses apoios?
Notas sobre as fontes usadas e sobre o
modo como as usei:
* As escolas referidas foram-no através do seu nome actual (tanto quanto os consegui
identificar);
* Há intervenções que não referi por não figurarem nas actas dos encontros em
que foram feitas, não dispondo eu de outras informações sobre elas; o caso mais
extremos é o do 6º Encontro Regional, pois as suas actas não foram feitas
* Apesar de figurarem no programa do 4º Encontro Regional, não encontrei registo (nem nos arquivadores do Núcleo Regional) sobre quem participou na Mesa Redonda PENSAR A REFORMA e no Debate A FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES (apenas encontrei o registo das presenças no segundo, mas não o registo das presenças na primeira);
* Apesar de ter referências noutros documentos à preparação do Painel A AULA DE MATEMÁTICA, pelo menos com José Manuel Matos (FCT da UNL) e Filomena Teles (ES Anselmo de Andrade), e do Painel DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA AULA DE MATEMÁTICA, pelo menos com Patrícia Cascais (ES Francisco Simões), as Actas do ProfMAT de 1995 não as publicam (as intervenções terão sido concretizadas?);
* As fontes discordam em alguns pormenores, pelo que a decisão sobre a versão a apresentar foi tomada por mim, de acordo com a memória e com a crítica à plausibilidade de cada uma das versões)
Fontes:
Actas dos Encontros Regionais (1991; 1992; 1993; 1994; e 1995);
Actas dos ProfMAT (1987, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992 1993, 1994 e 1995);
Actas de «Ensino da Matemática nos anos 80»
Pedro Esteves / Documentos digitais / tese de mestrado (ficheiros «4EXPR2», «4EXPR3», «4EXPR6», «4EXPR8» e «4EXPR9»);
Revistas «Educação e Matemática» (1 a 39);
Testemunhos neste blogue: «058», «079», «095» e «096»